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COI afeta 740 milhões de euros ao adiamento de Tóquio2020

“A covid-19 trouxe graves consequências financeiras para os Jogos Olímpicos, o Movimento Olímpico como um todo e ao COI”, lamentou o alemão.
14 Maio 2020, 19h33

O Comité Olímpico Internacional (COI) vai afetar cerca de 740 milhões de euros para fazer face aos custos que acarretou o adiamento para 2021 dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, revelou hoje o presidente do organismo, Thomas Bach.

“A covid-19 trouxe graves consequências financeiras para os Jogos Olímpicos, o Movimento Olímpico como um todo e ao COI”, lamentou o alemão.

Cerca de 140 milhões serão repartidos pelos diferentes grupos do Movimento Olímpico, nomeadamente os comités olímpicos nacionais, as federações internacionais “para que continuem com as suas atividades e os seus programas de apoio aos atletas”.

Em reunião da comissão executiva do COI, por videoconferência, Thomas Bach anunciou que os restantes cerca de 600 milhões de euros serão destinados ao adiamento do evento.

Este montando global é a “parte e responsabilidades do COI na organização dos Jogos adiados” em 24 de março, após acordo com o governo do Japão face à grave crise sanitária provocada pela pandemia: vão realizar-se entre 23 de julho e 08 de agosto de 2021.

“Discutimos na comissão executiva do COI o impacto financeiro e podem imaginar que não é fácil. A planificação é difícil devido às incertezas. Ninguém sabe como será o mundo amanhã”, disse Bach.

Nas últimas semanas, várias federações internacionais e comités olímpicos nacionais revelaram inquietude pelo facto de terem de prolongar por um ano os seus orçamentos, sem contar com a repartição dos milhões de euros provenientes das receitas dos Jogos Olímpicos, que habitualmente recebem quase de imediato após cada edição.

Estes 740 milhões de euros saem dos próprios fundos do COI, “incluindo verbas da Fundação Olímpica”, que contem as reservas do organismo.

À parte deste investimento, Bach agradeceu também as ajudas financeiras prometidas na quarta-feira pelo governo suíço, onde está sedeado o organismo e cerca de 60 federações internacionais.

As autoridades propuseram que o COI assumisse metade do apoio e os cantões e o governo helvético o restante do plano de emergência.

“Começaremos as consultas para pôr este programa imediatamente em prática. Estamos contentes de podermos fazer este esforço conjunto”, congratulou-se, sendo que estas verbas são independentes à ajuda hoje formalizada dos 740 milhões de euros.

Bach escusou-se a comentar se os Jogos poderiam mudar de sede ou ser cancelados em 2021, assumindo o “comprometimento” do COI em iniciar Tóquio2020 em 23 de julho, “organizado em ambiente são para todos os participantes”.

“O grupo de trabalho criado para esse fim está a fazer todos os esforços e a ouvir todas as recomendações dos especialistas para inaugurar os Jogos em um ano e dois meses, e não há necessidade de alimentar nenhuma conjetura sobre desenvolvimentos futuros. Os Jogos estarão focados no essencial e no espírito olímpico”.

Ficou ainda decidido que a 136.ª assembleia-geral do grupo vai decorrer em 17 de julho, sendo que, pela primeira vez, esta não acontecerá de forma presencial.

Após a declaração de pandemia, em 11 de março, as competições desportivas de quase todas as modalidades foram disputadas sem público, adiadas – Jogos Olímpicos Tóquio2020, Euro2020 e Copa América -, suspensas, nos casos dos campeonatos nacionais e provas internacionais, ou mesmo canceladas.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 297 mil mortos e infetou mais de 4,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

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