A razão de ser de uma cidade é melhor servir os que nela vivem, trabalham e visitam. Coimbra tem todas as condições para ter um papel estruturante no futuro de Portugal, mas não se pode prender na cidade que foi, ou na estagnação que é. É preciso, de uma vez por todas, contribuir para tornar Coimbra a cidade portuguesa que melhor qualidade de vida oferece aos seus cidadãos. Para isso, precisamos de uma nova visão, propostas e rostos.

Numa cidade com uma centralidade nunca potenciada, comecemos pela mobilidade.

O Mau Exemplo – Metro Mondego

Coimbra é, infelizmente, um exemplo de fracasso, ineficiência e destruição de recursos públicos na procura de copiar políticas de mobilidade de outros. O triste resultado: o Metro Mondego. Tudo o que foi feito desde 2009 não oferece melhor serviço à população ou potencia crescimento económico. Para construir uma estratégia de mobilidade para Coimbra, devemos abrir horizontes, em vez de os manter idênticos ou de os fechar.

A Prioridade – Alta Velocidade em Coimbra

Coimbra deve contribuir para o futuro sistema de mobilidade nacional. Para isso, a prioridade deve ser a defesa intransigente da estação de Coimbra como ponto de paragem da Alta Velocidade. Só assim será a força motriz da mobilidade da Região Centro. Para estar preparada, Coimbra deve recuperar o projeto de Joan Busquets, de 2010, que propunha a construção de uma Estação Intermodal essencial para relançar o desenvolvimento e prosperidade perdidas.

Coimbra como nó de mobilidade da Região Centro

A Estação Intermodal é o nó central de uma política de mobilidade para a Região Centro:

  • Ligação directa por Alta Velocidade aos aeroportos de Lisboa e Porto;
  • Ligação rápida entre Coimbra e outras capitais de distrito: Aveiro, Leiria, Viseu e Guarda;
  • Aposta nas linhas de proximidade com ligações a Serpins, Figueira da Foz, Cantanhede, Oliveira do Bairro e Santa Comba;
  • Integração no sistema rodoviário nacional; e
  • Recuperação de linhas turísticas para o Luso e Curia, Fátima e Tomar, bem como Alcobaça.

A isto soma-se o centro de negócios, congressos e hotel no plano global da Estação Intermodal, apoiado por equipamentos públicos e privados da cidade que tornem possível receber todos quantos desejem reunir numa localização central, acessível e acolhedora.

Um novo sistema de Mobilidade Interna

Coimbra deve redefinir o seu sistema de mobilidade interna. Os horários dos transportes da cidade devem subordinar-se aos que chegam e partem da Estação Intermodal. A simples articulação melhora a eficiência do serviço. De igual modo, a subordinação da sinalização rodoviária ao transporte colectivo dinamiza toda a circulação.

As instalações dos SMTUC devem ser transferidas para este novo pólo de mobilidade, com a rede pensada para serviço aos cidadãos tendo por base a análise das necessidades e níveis de procura:

  • Ligações à baixa, pólos universitários, industriais, centros hospitalares e freguesias;
  • Ligações escolares dedicadas às várias instituições e níveis de ensino; e
  • Ligações turísticas apropriadas, dinâmicas e coordenadas.

Para uma mobilidade sem restrições, precisamos de uma estrutura digital de dados abertos para gestão de rotas e pagamentos, bem como apostar na construção de percursos pedonais verdes, para circulação a pé ou de bicicleta de forma segura e agradável ao longo de toda a cidade.

Transporte de mercadorias – aposta no Terminal de Alfarelos

Não esquecendo as empresas da região, o crescimento do Terminal de Alfarelos deve ser apoiado. Os problemas nos acessos rodoviários que limitam a sua capacidade de operação devem ser resolvidos, e a optimização do transporte ferroviário aos portos marítimos irá contribuir para baixar custos de contexto e criar valor.

O impacto na Universidade e Reabilitação Urbana

Apesar da captação de estudantes estrangeiros, que deve ser louvada, a Universidade tem vindo a tornar-se uma instituição regional. Um sistema de mobilidade apropriado irá atrair mais docentes e alunos, reforçando a concorrência e as oportunidades de desenvolvimento pessoal, académico e profissional. Por outro lado, a execução da Estação Intermodal vai promover o renascimento urbanístico da cidade. A iniciativa privada será o motor da transformação, basta os decisores políticos simplificarem processos, taxas, e melhorarem o acompanhamento e fiscalização.

Objectivo – Qualidade de Vida

Um sistema de mobilidade deve permitir à iniciativa privada avançar com os seus projectos comerciais, industriais, de investigação ou de vida. Esta visão pode transformar a forma como toda a região vive, abrindo horizontes e potenciando melhor qualidade de vida, contribuindo para mudar práticas de uso de veículo próprio no apoio à sustentabilidade ecológica.

Vamos tornar esta visão realidade

Todos somos chamados a avaliar as implicações desta visão: dimensão política (o porquê); dimensão técnica (o como), dimensão financeira (o quanto), e dimensão social (o impacto). Todos os que se identificam com esta visão podem associar-se à Iniciativa Liberal e contribuir para tornar o desenvolvimento de Coimbra uma realidade, tendo por base uma política consciente. É essa a ambição deste recente partido que quer reunir todos os que defendem mais liberdade política, económica e social. Somos o rosto dessa política em Coimbra: pensar liberal e agir local.

O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.