Depois da narrativa fantástica de Robert Louis Stevenson, Bozon pega agora, para também o desassossegar, em Don Juan, na personagem homónima do lendário sedutor, e no respectivo mito, ambos já ampla e diversamente abordados, comentados, glosados e mesmo subvertidos na cultura ocidental (inclusivamente em Portugal, por Guerra Junqueiro e José Saramago), sem esquecer o cinema, em que passou por múltiplas incarnações. O realizador francês dá-lhe os traços de Tahar Rahim e faz dele um actor chamado Laurent, que está precisamente a ensaiar a peça Don Juan, de Molière (a primeira após a original do espanhol Tirso de Molina, criador da personagem).
Este Don Juan do século XXI, revisto para os nossos tempos do neofeminismo assanhado, da “masculinidade tóxica” e da misandria militante, pouco mais é do que um pião das nicas, um desamparado loser do amor. Laurent foi abandonado pela noiva, Julie (Virginie Efira), no dia em que se iam casar. A partir daí vê-a em todas as mulheres que encontra, e que em geral repelem os seus avanços pateticamente desastrados, por vezes de forma violenta. Quando a actriz que lhe dá réplica na peça abandona o espetáculo, incompatibilizada com ele, Laurent descobre que a substituta contratada à última da hora é Julie.
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