A manifestação de hoje dos “coletes amarelos” em Braga terminou pelas 13:20, com desacatos entre alguns manifestantes, após uma reunião entre os responsáveis pela organização da iniciativa e o presidente da Câmara, Ricardo Rio.
O anúncio da desmobilização, feito pelo porta-voz da organização, Filipe Monteiro, espoletou os protestos de alguns dos manifestantes, tendo mesmo havido alguns confrontos físicos entre eles.
“Estamos muito contentes, conseguimos o objetivo que era paralisar Braga e chegámos a um acordo com as autoridades para que, por hoje, o protesto fique por aqui”, disse Filipe Monteiro.
Acrescentou que gostou daquilo que o presidente da Câmara, Ricardo Rio, lhes disse, mas sublinhou que é preciso esperar para ver se o protesto vai ter consequências práticas.
“Se em dias não houver nada, voltamos à ação”, avisou.
Enquanto os responsáveis da organização reuniam com o presidente da Câmara, cerca de 20 a 30 “coletes amarelos” esperaram no exterior, ao som de música de intervenção e apupando e insultando quem saía dos Paços do Concelho.
Nos coletes tinham escritas algumas das suas reivindicações, que iam desde melhores salários e menos impostos à legalização do ‘tuning’ (afinação/personalização de carros).
Após o anúncio do fim da manifestação, os ânimos de alguns manifestantes exaltaram-se, passando os insultos a ser direcionados para os responsáveis da organização.
A manifestação em Braga começou pelas 06:00 e levou ao bloqueio do trânsito numa das principais entradas da cidade.
A Câmara de Braga, em comunicado, esclareceu que “não autorizou nem proibiu a realização da referida manifestação, nomeadamente no que diz respeito ao corte de vias públicas, por não existir enquadramento legal para qualquer uma dessas ações”.
Segundo o comunicado, a Câmara informou os requerentes do protesto de que a sua comunicação do evento “continha várias deficiências e que a manifestação estaria desconforme com a lei”, nomeadamente por causa da hora da manifestação e do local, a menos de 100 metros do Regimento de Cavalaria de Braga.
A Câmara avisou também que a manifestação não poderia colocar em causa a salvaguarda da passagem de viaturas de emergência ou incumbentes de atos relativos à Proteção Civil e ainda de quaisquer outras que se quisessem fazer deslocar pelas vias em causa.
Os protestos dos “coletes amarelos” em Portugal foram convocados por vários grupos através das redes sociais, com inspiração nos movimentos contestatários das últimas semanas em França.
Um dos grupos, Movimento Coletes Amarelos Portugal, num manifesto divulgado na quarta-feira, propõe uma redução de impostos na eletricidade, com incidência nas taxas de audiovisual e emissão de dióxido de carbono, uma diminuição do IVA e do IRC para as micro e pequenas empresas, bem como o fim do imposto sobre produtos petrolíferos e redução para metade do IVA sobre combustíveis.
A lista das manifestações dos “coletes amarelos” na área de atuação da PSP somava 25 protestos em 17 locais das principais cidades do país.
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