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Comerciantes da Baixa pombalina acusam Governo de deixar lojas e pequeno comércio “ao esquecimento”

A associação considera que as restrições aplicadas vão “alarmar e agudizar a crise económica” que estes comerciantes já atravessam “apesar de todos os esforços liderados pela ADBP no desenvolvimento de iniciativas  e parcerias” com o objetivo de recuperar o ritmo do comércio na região.
  • Rafael Marchante / Reuters
25 Junho 2021, 15h44

Perante a ordem de recuou no desconfinamento no concelho de Lisboa, a Associação de Dinamização da Baixa Pombalina (ADBP) manifestou “descontentamento e apreensão”, sublinhando que o impacto será sobretudo mais visível na Baixa-Chiado.

De acordo com a nota divulgada, esta sexta-feira, embora a ADBP reconheça a “importância e a necessidade” de serem adotadas medidas para colmatar o aumento de casos Covid-19 na região, a associação frisa que “mais do que preocupados, estão, sobretudo, indignados com a falta de medidas de proteção para o pequeno comércio” devido às restrições horárias aplicadas.

De acordo com as medidas anunciadas, esta quinta-feira, os restaurantes, cafés e pastelarias podem funcionar até às 22h30 durante a semana e até às 15h30 ao fim de semana e feriados enquanto que o comércio a retalho não alimentar pode operar até às 21h00 durante a semana e até às 15h30 ao fim de semana e feriados.

“A Baixa de Lisboa é uma zona reconhecida pela predominância de um comércio tradicional, que honra as origens e a história da cidade e do país. As pequenas empresas que formam o seu tecido empresarial encontram-se ainda muito fragilizadas e a tentar recuperar deste período tão difícil e conturbado”, explica a ADBP.

A associação considera que as restrições aplicadas vão “alarmar e agudizar a crise económica” que estes comerciantes já atravessam “apesar de todos os esforços liderados pela ADBP no desenvolvimento de iniciativas e parcerias” com o objetivo de recuperar o ritmo do comércio na região.

Preocupada com o futuro da Baixa-Chiado, a ADBP mostra-se descontente, porque acredita que as causas que estão na origem dos números de contagem, podiam ser evitadas e por isso acusa o Governo de “falta de planeamento e coordenação nas ações”, “a ausência de planos de ação quando a prevenção falha” e ainda a “ausência de fiscalização em espaços públicos e esplanadas, onde as concentrações eram evidentes para toda a gente”.

Além das medidas anunciadas, a associação fala ainda de discriminação entre pequeno e grande comércio, argumentando que na resolução de Conselho de Ministros, desta quinta-feira, “há medidas de proteção do pequeno comércio não alimentar que não foram contempladas, ao permitir-se que as grandes superfícies, que disponibilizam bens tipicamente comercializados nos estabelecimentos de comércio de retalho, possam funcionar até às 19h durante o fim de semana e o pequeno comércio é obrigado a encerrar às 15h30”.

Assim, a ADBP acredita que “infelizmente o pequeno comércio e as lojas tradicionais são deixados ao esquecimento, assim como tudo o que representam”. É, inclusive, caso para Vasco Mello, vice-presidente da ADBP, afirmar que o Governo “é fraco com os fortes e forte com os fracos”.

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