Daniel Traça, antigo diretor da Nova SBE, parte da sua própria experiência e do posto de observação privilegiado que, durante oito anos, lhe proporcionou a liderança da escola de Economia e Gestão portuguesa mais bem colocada nos rankings internacionais para fazer uma análise profunda e sustentada das causas e consequências da incapacidade de Portugal para reter o talento que produz.
Porquê? Porque é que Portugal não consegue tirar partido do talento que, comprovadamente, sabe criar? Porque subsistem estes paradoxos no Estado e nas empresas? Estas e outras perguntas sobre tão importante e atual tema são respondidas num livro que é lançado esta segunda-feira em Lisboa. A apresentação de “Ambição. Preparar Portugal Para a Geração Mais Bem Preparada” está marcada para as 18h30, na Câmara do Comércio e Indústria Portuguesa, e será feita por Paulo Portas, antigo jornalista, presidente do CDS-PP e ministro da Defesa.
“Nos últimos 40 anos, Portugal fez um caminho notável na educação da população, aproximando-se do topo europeu na percentagem de cidadãos com formação superior. Ao mesmo tempo, porém, a economia manteve um comportamento medíocre. A produtividade continua longe dos padrões europeus e os salários permanecem baixos, levando os melhores, nomeadamente jovens licenciados com boas ou excelentes médias, a sair do país para desenvolverem as suas carreiras”, escreve Daniel Traça.
Depois de traçar a radiografia, o professor de Economia, atual diretor geral da ESADE, em Barcelona, uma das mais importantes escolas europeias de negócios, deixa um conjunto de ideias para que o país comece finalmente a inverter este “fado” e afirme “uma ambição coletiva que, claramente, nos tem faltado”.
Daniel Traça viveu a infância em África e voltou para Portugal em 1975, tendo passado a sua adolescência na Lisboa dos anos 1980. Formou-se Economia na NOVA SBE, emigrou em 1991, para se doutorar na Universidade de Columbia, em Nova Iorque. A seguir lecionou no INSEAD, em Fontainebleau, e em Singapura, entre 1996 e 2004, e ainda na Solvay Business School, em Bruxelas, entre 2005 e 2008. A seguir, regressou a Portugal e à NOVA SBE, onde foi o primeiro antigo aluno a exercer a função de diretor.
A sua liderança ficou marcada por um ímpeto transformador e obra feita, a qual inclui, por exemplo, a criação de um ecossistema de inovação, a duplicação dos mestrados, o lançamento de novas áreas do conhecimento, o aumento do valor dos apoios para alunos carenciados.
Pode ler aqui a entrevista a Daniel Traça publicada no JE Universidades, em dezembro de 2021.
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