Que o digital veio mudar as nossas vidas já todos percebemos por esta altura, mas o que mudou nas marcas é uma descoberta que muitas ainda estão a fazer. A resposta é igualmente clara: muito. Quase tanto quanto aquilo que mudou nas nossas vidas. As marcas que nasceram na era digital não têm dúvidas, as outras têm de fazer essa adaptação rapidamente e sem medo. Mas, atenção, ser digital não é apenas estar nas redes sociais.

Uma marca digital faz negócio online. Seja a vender os seus produtos, seja a publicitar a sua marca, seja a criar uma rede de seguidores fiéis. Digo fiéis porque comprar seguidores não me parece muito coerente. Primeiro porque hoje em dia todos sabemos que seguidores com nomes estranhos e sem fotos são perfis fictícios de empresas que fazem disso negócio, e depois porque de nada vale ter milhares de seguidores para depois ter dois ou três ‘gostos’ ou comentários que não se traduzem em vendas.

Portanto, é preciso saber ser digital, e aqui não há lugar para fingimentos, porque mais cedo ou mais tarde a verdade vem ao de cima. A vida das marcas que querem ser digitais não é fácil. As dificuldades são muitas e o seu trabalho mais árduo e complexo, mas não há outra forma de estar. E se queremos ser uma marca cool temos de entrar no ritmo.

Depois vem a questão da fidelização, algo que é hoje cada vez mais difícil de conseguir e sobretudo de fazer perdurar no tempo. As novas gerações não são fiéis a marcas e aquilo que hoje é bom, amanhã pode ser mau, e essa opinião depende de inúmeras variáveis, muitas delas difíceis de controlar. A parte boa é que não são só as novas gerações que estão online, são todas, e as que têm poder de compra querem escolhas inteligentes, concertadas com os seus valores e prioridades.

Para dar resposta a esta questão de valores e prioridades nas escolhas do consumidor quando este tem de decidir entre uma marca e outra, há uma novidade a que temos vindo a assistir e que está cada vez melhor e mais visível: as marcas que criam os seus próprios conteúdos, sem ser publicidade gratuita. Uma tendência que vemos hoje em vários sites internacionais de qualidade e que tem um público bastante fiel e interessado.

Um público que não é necessariamente constituído por clientes, mas sim por potenciais clientes. Uma nova dinâmica e forma de pensar e de estar que as marcas têm de adaptar neste mundo digital, se querem fazer a diferença e se querem alcançar o mais difícil e desafiante de tudo: marcar território.

O mobile é sem dúvida a aposta. Tudo tem de estar pensado para o mobile, porque é lá que grande parte dos interesses começam, por isso a imagem, boa e de qualidade, e a informação necessária têm de estar em poucas palavras e num tamanho que caiba na palma da mão. Ainda assim, o computador continua a ter a sua importância e é lá que ainda terminam grande parte das compras online, portanto há que pensar sempre nos dois.

Sendo assim, qual é a receita mágica para ser a marca mais cool?

Não sei. Acho que ninguém sabe, mas quem fizer esta pergunta já está no bom caminho. Estar atento ao consumidor e perceber as suas necessidades, gostos e vontades pode ser um bom princípio. Este tem sido o caminho seguido por algumas marcas e o sucesso é visível. E arriscar, sempre.