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Compensa comprar produtos nacionais?

A resposta é ‘sim’ se se pensar em termos da economia nacional e ‘depende’ se a opção for pelo preço. Mas os portugueses parecem estar cada vez mais preocupados em consumir o que é português.
19 Outubro 2018, 08h00

Compensa comprar produtos nacionais? A resposta a esta pergunta tem duas vertentes. Do ponto de vista da economia portuguesa, é sempre compensador que os consumidores optem por comprar produtos nacionais. Por duas razões: porque isso permitirá diminuir a pressão nas importações; e porque deste modo as empresas instaladas em território nacional arrecadam mais-valias importantes para a continuidade do seu negócio. Agradece o PIB e a taxa de emprego.

Já do ponto de vista do consumidor, e no que se refere principalmente aos grandes operadores do retalho, não é necessariamente assim: as economias de escala permitem que, em Portugal sejam adquiridos produtos estrangeiros idênticos aos produzidos em Portugal – tanto na indústria como na agricultura – a preços mais compensadores.

A questão está, por isso, naquilo que se poderia chamar o ‘grau de nacionalismo’ que cada consumidor incorpora nas suas decisões de compra. Recentemente, a organização Portugal Sou Eu, financiada pelo Compete 2020, apresentou os resultados de um estudo que avaliou a notoriedade do Selo ‘Portugal Sou Eu, tendo como base os hábitos de compra dos consumidores portugueses em relação à origem dos produtos, para o ano de 2017.

O estudo revela que 84,5% dos consumidores procuram – para a maior parte dos produtos ou para algumas categorias de produtos – a origem do produto. Destes, 76% procura a indicação da origem do produto ou um selo (42,8%). E 85,9% dos consumidores refere a necessidade de existir um selo que identifique que o produto é português.

Os resultados são claros e apontam para um aumento, em comparação com o estudo feito em 2014, dos consumidores que compram produtos portugueses frequentemente (65,6% em 2017 e 62,4% em 2014) e dos que tentam comprar produtos portugueses sempre que existam (68,6% em 2017 e 58,7 % em 2014).

A preocupação do consumidor em relação à origem continua a ser maior nos produtos alimentares, com 94,6% para os azeites e vinhos e mais de 80% nas frutas, legumes, pão doçaria, pastelaria, peixe, carne e derivados e queijos.

Em relação aos gastos, a maioria dos inquiridos (48,4%) gasta entre 51% a 75% da sua despesa mensal total em produtos portugueses (em 2014 registou-se 41,6%).

Já no que toca aos valores do consumidor como cidadão, os motivos que conduzem à compra revelam que 89% acredita que está a criar emprego, 87% a ajudar Portugal a ser uma economia forte, 78% a apoiar as empresas portuguesas e 77% a ajudar a melhorar o défice.

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