A comunicação digital não apenas reflete a realidade cultural, mas também molda a maneira como brasileiros e portugueses se percebem e colaboram. A diversidade cultural e a inclusão, temas centrais no debate global, ocupam agora um lugar de destaque nas campanhas de marketing e nos projetos de mídia de ambos os lados do Atlântico. Artistas brasileiros, como músicos e cineastas, encontram nas redes um canal direto para o público português, e vice-versa. Esse fenómeno é mais que entretenimento; é uma oportunidade para o fortalecimento de laços culturais e a quebra de estereótipos mútuos. A criação de eventos e colaborações virtuais, como concertos, lançamentos de livros e discussões sobre temas sociais e políticos, é outra manifestação importante dessa conectividade. A rapidez com que essas interações ocorrem, e a visibilidade global que oferecem, fazem das redes sociais plataformas ideais para impulsionar a convergência entre as culturas brasileira e portuguesa. A inclusão da diversidade cultural em campanhas de marketing e comunicação tem se tornado um dos principais diferenciais competitivos tanto no Brasil quanto em Portugal. Marcas que ignoram essa realidade arriscam-se a perder relevância em um mercado cada vez mais consciente e exigente. No Brasil, onde a diversidade étnica e cultural é imensa, as marcas têm buscado refletir essa realidade em suas campanhas, com iniciativas que integram a população afrodescendente, indígena e LGBTQIA+. Portugal, embora com uma história de monocultura mais arraigada, também começou a adaptar suas campanhas, com destaque para a inclusão de vozes imigrantes e a celebração da diáspora lusófona. Um exemplo prático é a recente campanha da marca de cosméticos brasileira Natura, que não só reforçou a diversidade nas suas campanhas, como também começou a operar em Portugal, levando consigo um discurso inclusivo. Do outro lado, vemos empresas portuguesas como a TAP e a EDP a investirem em estratégias de marketing que integram a lusofonia, fortalecendo a ideia de um mercado comum que transcende fronteiras geográficas. Além do marketing e das campanhas empresariais, as redes sociais têm se mostrado essenciais na diplomacia cultural em diversas áreas. Eventos como a FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty) e o Festival Literário de Óbidos e mais recentemente a Casa da Cidadania da Língua, essa nos dois países em simultâneo, ganham visibilidade e alcance transnacional, tornando-se espaços de encontro para autores, leitores e intelectuais. Ao olharmos para o futuro, a convergência cultural entre os dois países se intensificará à medida que as barreiras geográficas e tecnológicas continuarem a se diluir e as redes sociais serão os ali[1]cerces sobre os quais essa nova era de colaboração cultural será construída.