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Confinamento. Altice e NOS preparadas para novos aumentos no consumo das comunicações

Operadores garantem que esforços e a experiência adquirida durante o primeiro período de confinamento da população, entre março e abril de 2020, permitem olhar de outra forma para o novo confinamento. Operadores estão confiantes na resiliência das suas redes.
15 Janeiro 2021, 08h03

O estado de emergência que entrou em vigor esta sexta-feira, incluindo um novo confinamento generalizado da população, poderá levar os operadores de telecomunicações a ter de limitar determinados serviços para preservar a integridade e segurança das redes de comunicações portuguesas. Ao Jornal Económico, Altice Portugal e NOS garantiram estar preparadas para novos aumentos no consumo das comunicações.

As duas maiores empresas de telecomunicações do país sublinharam que os esforços e a experiência adquirida durante o primeiro período de confinamento da população, entre março e abril de 2020, permitem olhar de outra forma para este período de, pelo menos, 30 dias de confinamento. Ambas as empresas estão confiantes na resiliência das suas redes.

Fonte oficial da Altice Portugal assegurou ter acomodado, durante o “grande crescimento de tráfego” no primeiro confinamento, “todas as novas necessidades decorrentes do uso massivo das redes de comunicações, mesmo em períodos de pico, graças à redundância e resiliência das suas redes e aos investimentos realizados na sua expansão, de forma a garantir o aumento de capacidade necessário”.

Assim, a dona da Meo encontra-se “encontra-se continuamente a acompanhar a situação, procedendo a ampliações e reforço de rede adicionais por todo o território nacional sempre que tal se justifique”. Ora, essa predisposição em garantir a estabilidade da rede não mudou, face ao “expectável e progressivo aumento de tráfego na rede fixa, dada a situação de isolamento e de teletrabalho imposta aos Portugueses”.

A empresa liderada por Alexandre Fonseca considera mesmo que a resiliência das redes de comunicação foram “um importante ativo estratégico do país no sucesso do confinamento”. Fonte oficial da empresa acredita que isso não mudará no segundo confinamento, indicando que tal é “resultado de um sector composto por empresas sólidas”, como é o caso da Altice, “que nos últimos quatro anos investiu várias centenas de milhões de euros por ano na modernização, expansão e crescimento das suas redes e em particular daquela que é hoje a maior rede de fibra ótica de Portugal”.

Não obstante, a telecom apela aos consumidores que façam “um uso responsável das redes”, para garantir o funcionamento “pleno e sem falhas”.

“A NOS está preparada para o crescimento do tráfego que se antecipa neste novo estado de emergência”, afirmou, por sua vez, fonte oficial da empresa liderada por Miguel Almeida. A mesma fonte explicou que “o reforço e reconfiguração das redes de comunicações” nos meses iniciais da pandemia “mantém-se, tendo sido feito um investimento de grande relevo no reforço e  expansão das redes de comunicação de nova geração fixa e móvel, criando condições para uma melhoria da qualidade do serviço prestado aos clientes.

“A experiência adquirida desde o início da pandemia e o constante reforço da infraestrutura de comunicações em todo o país, permitem-nos encarar com serenidade e confiança os desafios deste novo estado de emergência”, acrescentou.

A empresa está assim capaz de “acompanhar em permanência a evolução das necessidades de comunicação das famílias, das empresas e das instituições a nível nacional”.

Relativamente ao teor do decreto do estado de emergência, que prevê medidas excecionais que podem obrigar os operadores a limitar a qualidade de serviços de streaming na televisão, a Altice não respondeu. Fonte oficial da NOS, por sua vez, disse ter “presente o decreto de lei que regula o novo estado de emergência”.

“As redes da NOS estão preparadas para suportar este novo estado de emergência, independentemente das suas características e duração”, garantiu.

A Vodafone Portugal também foi questionada, mas até à publicação deste artigo não foi possível obter respostas.

Tal como agora, também aquando do primeiro confinamento, devido ao enorme aumento nos consumos das comunicações, o Governo deu ‘luz verde’ para limitar ou bloquear serviços como Netflix, restringir funcionalidades de televisão não linear (repetições, gravações, avançar ou retroceder na programação), e limitar downloads e videojogos online, para salvaguardar a funcionalidade dos serviços considerados críticos pelo Estado e as comunicações essenciais entre os residentes do país. Mas esse cenário está previsto para situações extremas, sem que nada indique que alguma limitação venha a acontecer.

Facto é que os períodos de confinamento proporcionam aumentos nos consumos disparos nos consumos das comunicações. A título de exemplo, na primeira semana desse confinamento (de 16 a 22 de março), a NOS registou um disparo de 70% no tráfego da internet, com o consumo de dados móveis a aumentar 45%. Já a utilização de chamadas por telefone fixo disparou 133%, enquanto a utilização de chamadas pelo telemóvel subiu 41%. O consumo em televisão não linear cresceu 13%.

A dona da Meo, por sua vez, viu o tráfego na rede fixa crescer 35%, enquanto o tráfego móvel aumentou 10%. A utilização de voz móvel subiu 30% e as chamadas com telefones fixos disparou 80%. Os serviços over-the-top, como a Netflix, cresceram cerca de 45%, e o consumo de videoclube aumentou entre 75% a 85%.

Já a Vodafone registou, à época, um aumento de 67% no tráfego de rede fixa (internet residencial), bem como de 8% nos dados móveis. Já o recurso a chamadas pelo telemóvel cresceu 41% e o consumo de TV não linear subiu 11%, enquanto o consumo em plataformas como a Netflix disparou 25%.

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