O Governo português manifestou esta segunda-feira total apoio à suspensão do pagamento do spread da dívida da Argentina ao Fundo Monetário Internacional (FMI). O primeiro-ministro, António Costa, comprometeu-se a sensibilizar o FMI para que a suspensão se mantenha, pelo menos, durante a pandemia da Covid-19, e recordou que Portugal enfrentou recentemente o “mesmo problema que tem atualmente a Argentina”.
“Expressei ao Presidente Alberto Fernandez todo o apoio de Portugal no que toca à dívida. Vamos tentar sensibilizar o FMI para que, pelo menos durante esta crise, possa ser suspenso o spread. Isso será muito importante”, referiu António Costa, em conferência de imprensa, no Palácio de São Bento, depois de ter estado reunido com o chefe de Estado argentino e terem discutido a renegociação da dívida da Argentina ao FMI.
Durante o encontro, os dois líderes discutiram a renegociação da dívida da Argentina ao FMI e Alberto Fernandez afirmou ter transmitido a António Costa o trabalho que a Argentina está a fazer com os credores para “tentar chegar não só a um acordo entre o FMI e a Argentina e também mudar algumas regras do sistema financeiro internacional que estão relacionadas com o mundo pós-pandemia”.
O primeiro-ministro português disse que Portugal também viveu “momentos muito difíceis” nas relações com o FMI durante a crise da dívidas soberanas, em 2011. “Quando cheguei ao Governo em 2015, fui confrontado com o mesmo problema que tem a Argentina e como o empréstimo era superior à quota que Portugal tinha no fundo, estávamos a pagar uma uma taxa de juro com um spread muito significativo”, explicou.
Apesar de não ter conseguido convencer o FMI “a libertar o país do pagamento desse spread”, António Costa entende que a situação agora é ainda “mais dura”. “Hoje estamos uma situação muito particular. A crise da Covid-19 é o momento para haver uma suspensão do spread aos países que estão simultaneamente a enfrentar a necessidade de reduzir dívida e combater a Covid-19. Tem de ter condições adequadas a fazê-lo”, concluiu.
De Portugal, o Presidente argentino seguirá para Espanha, onde, na terça-feira, terá encontros com o Rei Felipe VI e com o primeiro-ministro Pedro Sánchez. Alberto Fernandez irá ainda reunir-se com o Presidente francês Emmanuel Macron, o Presidente italiano, Sergio Mattarella, e o primeiro-ministro de Itália, Mario Draghi.
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