A ministra da Saúde, Marta Temido, falava em Lisboa na habitual conferência de imprensa de balanço da situação epidemiológica da Povid-19 em Portugal, que esta sexta-feira se realizou excecionalmente ao final da tarde por causa de uma reunião do CNSP.
Marta Temido destacou a “diversidade e pluralidade de opiniões” expressas pelos conselheiros, que voltam a reunir-se na próxima semana, a seu pedido.
A próxima reunião, cuja data não foi divulgada, visa analisar medidas possíveis para o futuro, numa fase “tão complexa” da pandemia, adiantou a ministra, que enumerou ainda “várias recomendações” feitas hoje pelo CNSP, órgão consultivo do Governo.
Entre os conselhos, Marta Temido destacou a “reformulação do modelo de comunicação”, com “mais clara separação das linhas técnica e política”, a “maior aposta nas medidas preventivas”, a proteção dos “mais vulneráveis” (crianças e idosos) e dos profissionais de saúde, mantendo a sua motivação, a “recuperação da humanização” e o “equilíbrio das respostas” nos cuidados de saúde.
A ministra referiu, ainda, o alerta do CNSP para a importância da “vantagem de antecipar o planeamento” da vacinação contra a Covid-19, durante e após a pandemia, e da “boa comunicação e transparência” da informação como condição essencial para a “confiança dos cidadãos”.
Marta Temido disse não estranhar as recomendações ouvidas, isto tendo em consideração o “contexto” pandémico em que o país vive, “tão complexo”, e a “gravidade da situação epidemiológica”, tanto em Portugal, como na Europa.
O CNSP é o órgão consultivo do Governo para a prevenção e o controlo das doenças transmissíveis e, especialmente, para a análise e avaliação das situações graves, como surtos epidémicos de grande escala e pandemias. Este integra representantes dos setores público, privado e social, incluindo as áreas académica e científica.
Dele fazem parte, por exemplo, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, que hoje não marcou presença na conferência de imprensa, uma ausência justificada pela ministra da Saúde precisamente com os trabalhos do CNSP.
É a segunda vez desde o começo da pandemia da Covid-19 em Portugal que o CNSP se reúne. Da primeira vez, em 11 de março, o órgão remeteu a decisão de encerramento das escolas para as autoridades de saúde, caso a caso. Apesar disso, um dia depois o primeiro-ministro, António Costa, anunciou numa comunicação ao país o fecho das escolas, que só viriam a reabrir, na generalidade, com o arranque do novo escolar, em setembro.
Portugal contabiliza hoje mais 31 mortos relacionados com a Covid-19 e 2.899 casos confirmados de infeção com o novo coronavírus, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde.
De acordo com a informação hoje divulgada, desde o início da pandemia Portugal já contabilizou 112.440 casos confirmados e 2.276 óbitos.
A pandemia da Covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 41,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.
A Covid-19 é uma doença respiratória causada por um novo coronavírus (tipo de vírus) detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e que se disseminou rapidamente pelo mundo.
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