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Construção portuguesa faturou 10,8 mil milhões no estrangeiro

Reis Campos, presidente da AICCOPN, relembra a necessidade de criar uma associação única para o setor.
14 Agosto 2019, 07h44

O volume de negócios internacional do setor português da construção atingiu no ano passado 10,8 mil milhões de euros.

Segundo Reis Campos, presidente da AICCOPN – Associação d0s Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, numa cerimónia de comemoração do 127º aniversário da associação, esta dimensão de volume de negócios do setor fora de fronteiras permite “ter uma noção clara da dimensão desta atividade no plano da internacionalização”.

“O setor da construção e do imobiliário atravessa um momento de consolidação e de recuperação da atividade”, defendeu Reis Campos.

O presidente da AICCOPN assumiu que “sempre afirmámos que esta era uma inevitabilidade”.

“Recorde-se que, em 2018, o investimento imobiliário totalizou 30,3 mil milhões de euros. O volume de negócios internacional do setor ascende aos 10,8 mil milhões de euros”, revelou Reis Campos.

“No que respeita ao investimento público, este ficou aquém do previsto, com a própria Comissão Europeia a alertar para o facto de Portugal, em conjunto com Itália e Espanha, apresentar o nível de investimento público mais fraco da Europa”, criticou o líder da AICCOPN.

Por isso, este responsável considera que “é, pois, com grande expectativa que as empresas encaram a concretização do Programa Nacional de Investimentos (PNI2030)”, salientando que “este programa reflete um amplo consenso em torno de prioridades de investimentos infraestruturais nos setores da mobilidade e transportes, ambiente e energia, imprescindível para o desenvolvimento coletivo e para a coesão territorial e social do país”.

“Concomitantemente, a sua calendarização, assume-se como um instrumento orientador para o tecido empresarial do setor, fundamental para a necessária programação da atividade das empresas, num momento em que enfrentam graves problemas como a falta de mão-de-obra qualificada e a concorrência desleal”, acusou Reis Campos.

Segundo este responsável, “acresce que, atualmente, as empresas do setor vivem, quase exclusivamente, do investimento privado, sem a possibilidade de perspetivar o futuro, com a agravante desta situação expor as empresas nacionais à concorrência externa”.

Reis Campos sublinha que estão à vista de todos os desafios e progressos que a modernidade tem imposto ao setor em áreas como o ambiente, os resíduos, a energia e a qualidade são vetores-chave em que assenta a denominada “construção sustentável”.

“Hoje, enfrentamos novas realidades”, salientou o presidente da AICCOPN, referindo-se à ‘era da informação’ ou ‘era digital’, termos frequentemente utilizados para designar os avanços tecnológicos resultantes da ‘Terceira Revolução Industrial’, potenciando a Construção 4.0, e toda a rede de conhecimento, inovação e desenvolvimento que a mesma envolve.

Neste contexto de futuro, que o mercado impõe, “é por demais evidente a importância da cooperação empresarial através do reforço do associativismo”, afirmou Reis Campos, pelo que, na sua opinião, é o próprio setor da construção que caminha para um novo patamar de associativismo empresarial.

“Vamos evoluir para um modelo de organização associativo, assente numa estrutura unitária e ajustada ao futuro e às necessidades do setor e das empresas, tendo por finalidade o estabelecimento de uma associação nacional única, representativa do setor da construção a todos os níveis, em Portugal e no estrangeiro”, reivindicou Reis Campos, regressando a uma ambição antiga, mas nunca concretizada.

 

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