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Consulta pública ao troço Soure – Carregado da alta velocidade com 920 participações

A consulta pública ao troço entre Soure e Carregado da futura linha de alta velocidade Lisboa – Porto, que contempla uma estação em Leiria, terminou com 920 participações, segundo o sítio na Internet participa.pt.
8 – KTX
24 Março 2025, 11h43

A consulta pública ao troço entre Soure e Carregado da futura linha de alta velocidade Lisboa – Porto, que contempla uma estação em Leiria, terminou com 920 participações, segundo o sítio na Internet participa.pt.

De acordo com o portal, a consulta pública do estudo de impacto ambiental deste troço, iniciada em 10 de fevereiro e que terminou na sexta-feira, desencadeou 920 participações.

A linha de alta velocidade Porto – Lisboa, em via dupla eletrificada, vai permitir uma velocidade máxima de 300 quilómetros por hora e destina-se exclusivamente a tráfego de passageiros.

O troço Soure – Carregado insere-se na fase 2, dando sequência aos projetos da fase 1, com declarações de impacte ambiental emitidas, respetivamente, em agosto de 2023 para Aveiro (Oiã) – Porto (Campanhã) e em novembro do mesmo ano para Soure – Aveiro (Oiã).

Já a fase 3 diz respeito ao troço Carregado – Lisboa.

O projeto atravessa os concelhos de Rio Maior, Azambuja, Alenquer, Cadaval, Caldas da Rainha, Alcobaça, Porto de Mós, Leiria, Marinha Grande e Pombal.

De acordo com o resumo não técnico, este troço tem um custo estimado de dois mil milhões de euros e a duração previsível dos trabalhos de construção é de quatro anos.

No estudo de impacto ambiental, encomendado pela Infraestruturas de Portugal (IP), há duas soluções para o troço Soure – Carregado, A e B. A primeira tem quase 116 quilómetros e a segunda pouco mais de 117 quilómetros.

O troço foi dividido em quatro trechos (Carregado – Rio Maior, Rio Maior – Juncal, Juncal – Bidoeira e Bidoeira – Pombal), apresentando-se várias alternativas de traçado segundo as soluções base.

No trecho Juncal – Bidoeira há ainda uma alternativa àquelas soluções, a variante de Regueira de Pontes (Leiria).

Esta variante inicia-se após a nova estação de Leiria, projetada para a zona da Barosa, e termina no final do trecho 3, “tendo sido criada como alternativa à passagem na freguesia de Regueira de Pontes, onde as soluções A e B, que neste troço são coincidentes, passam numa zona mais central da área urbanizada”, justifica o estudo.

Quanto à ligação da futura linha de alta velocidade à Linha do Norte, será feita na zona do Carregado, com uma via ascendente e outra descendente.

Por outro lado, a futura estação de Leiria “permitirá a interligação com a Linha do Oeste, sendo que, para o efeito, a Linha do Oeste é desviada do seu traçado atual para junto da linha de alta velocidade, para “poder utilizar a estação conjunta”.

“Este desvio da Linha do Oeste integra uma via ascendente e outra descendente e articula-se com ambas as soluções [A e B]” apresentadas para a linha de alta velocidade.

A concretizar-se este projeto, a viagem de comboio entre Leiria e Lisboa em linha de alta velocidade vai ter a duração de 36 minutos, quando atualmente tem uma duração de cerca de três horas.

Ao longo do processo de consulta pública, houve críticas de autarquias e moradores devido aos impactos que a futura linha de alta velocidade implica, como a demolição de casas, ruído, desvalorização de terrenos, alteração paisagística, entre outros aspetos.

Em declarações à agência Lusa em 11 de março, o vice-presidente IP, Carlos Fernandes, admitiu que este troço pode afetar entre 66 e 76 casas.

“Com o tipo de ocupação dispersa do território, é quase impossível evitarmos habitações (…), porque depois há zonas de proteção ambiental, há zonas montanhosas, há pedreiras, há fábricas. Temos aqui de andar quase a desviarmo-nos milímetro a milímetro”, referiu Carlos Fernandes.

O vice-presidente da IP, responsável pelo projeto de alta velocidade, disse acreditar que, “no ponto de vista do projeto de execução”, eventualmente se possa “otimizar ainda mais um bocadinho”.

“Mas não chegamos a uma solução nunca a ‘dizer não afetamos nada, não afetamos casas’. Isso é impossível”, frisou.

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