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Consultor admite autoria de plano de desconfinamento falso, mas nega ser responsável pela divulgação

Carlos Macedo e Cunha disse ao “Expresso” que o documento que circulou nas redes sociais e forçou um desmentido oficial do gabinete do primeiro-ministro é uma proposta que pretendia enviar ao Governo, ao Presidente da República e aos partidos com representação parlamentar.
Plano de desconfinamento falso
25 Fevereiro 2021, 15h35

O consultor Carlos Macedo e Cunha admitiu ao “Expresso” que é o autor do documento com um suposto plano de desconfinamento posto a circular nas redes sociais, incluindo uma calendarização da reabertura de atividades educativas, comerciais, desportivas e culturais, e que forçou o gabinete do primeiro-ministro a fazer um desmentido oficial e a anunciar que iria comunicar a ocorrência ao Ministério Público.

Em declarações ao “Expresso”, Carlos Macedo e Cunha, que tem escrito artigos de opinião sobre a pandemia de Covid-19 para o site Observador, alegou que um ficheiro original (o qual permitiu a sua identificação), destinado a “desenvolver uma proposta de plano para apresentar ao Governo, a todos os partidos com assento parlamentar e também ao Presidente da República”, foi partilhado num grupo fechado de amigos e só posteriormente alterado por terceiros, que o terão adaptado graficamente para ter a aparência de um documento oficial do Executivo.

Apresentando desculpas, o consultor sublinhou que o documento partilhado nas redes sociais não é oficial e “apenas transmite uma base da proposta que ainda estamos a desenvolver”, negando quaisquer responsabilidades pela sua divulgação pública.

No final da manhã desta quinta-feira, horas antes de a renovação do estado de emergência ser votada na Assembleia da República – e sem que haja intenções de alterar as medidas de confinamento -, o gabinete do primeiro-ministro garantiu, através de um comunicado, que este “consiste numa adulteração abusiva da tabela de desconfinamento divulgada em abril do ano passado”.

“Este documento não tem qualquer veracidade, não é da autoria do Governo, nem se baseia em qualquer trabalho preparatório, pelo que às informações constantes do mesmo não deve ser atribuída qualquer credibilidade. Pela desinformação e falsas expectativas que tal documento pode gerar, com o inerente risco para a saúde pública, esta falsificação será objeto de comunicação ao Ministério Público”, lê-se nesse comunicado.

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