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Consultoras de inovação nascem para escalar empresas

Beta-i e Business Avenue são dois exemplos de empresas que nasceram ou mudaram de imagem este ano com a missão de ajudar os grandes grupos a colaborar com startups e agilizar os modelos de negócio, incorporando tecnologia.
11 Outubro 2020, 19h00

As consultoras de gestão recorrem cada vez mais a tecnologias de vanguarda, como Inteligência Artificial (IA), para obter ganhos de eficiência, produtividade e reduzir custos, entregando o seu core business a clientes com um volume cada vez mais massivo de dados. Porém, há um fenómeno que tem surgido neste mercado: a proliferação de consultoras de inovação. Os players confirmam que em Portugal se denota uma tendência, sobretudo nos últimos dois anos, para o surgimento de empresas que auxiliam empresários individuais e organizações no caminho da inovação, mas a crise climática, a pandemia e a aceleração da digitalização terão sido os catalisadores em 2020.

A Beta-i desenvolve programas de inovação aberta, focando-se em pilotos de inovação colaborativa com startups que aplicam algoritmos de machine learning e IA em clientes de energia, banca, mobilidade, seguros e saúde. “Não entrámos neste universo enquanto oportunidade de mercado ou tendência incontornável, mas sim porque era o passo inevitável para uma empresa que teve e tem voz ativa na construção do ecossistema de inovação português”, diz Pedro Rocha Vieira, fundador da Beta-i, ao Jornal Económico (JE).

O CEO da esclarece que os sistemas analíticos e software de gestão são “seguramente determinantes”, porque estas corporate estão cada vez mais baseadas em dados e, como são grandes grupos, precisam de fazer um elevado investimento tecnológico para serem capazes de inovar nas diferentes dimensões do negócio. “Na era da chamada revolução industrial 4.0 e num mundo que está cada vez mais digital, sensorizado e baseado em dados, é determinante que a maioria das indústrias sejam capazes de aplicar o machine learning da forma adequada ao seu negócio, para criar novos modelos de negócio e ganhos de eficiência”, defende Pedro Rocha Vieira. É por isso que a consultora que lidera está também está a começar a desenvolver ferramentas digitais próprias. A Beta-i começou a unificar toda a sua base de dados global de startups, organizações e agentes do ecossistema e empreendedorismo e contará também com uma ferramenta de business intelligence no próximo ano, que será implementada para que a consultora possa compreender melhor o alcance que tem e as necessidades dos agentes, segregados por áreas de atividade económica e geografias.

Vera Costa Pereira é consultora de inovação e fundou a sua própria empresa este ano, com a missão de aumentar a receita das empresas e cumprir os KPI financeiros, moldando, simultaneamente, o futuro das mesmas. Nos primeiros seis meses no mercado, a Business Avenue conta com mais de uma dezena de clientes e uma faturação superior a 45 mil euros.

“Como qualquer tipo de consultoria, existem variadíssimos objetos circundantes à inovação. Dito isto, de uma forma prática podemos afirmar que uma empresa com este perfil olha para a envolvência interna e externa de uma empresa e define um fio condutor estratégico para posicionar um negócio na vanguarda do seu sector, aportando valor ao seu modelo negócio atual”, explica ao JE.

Na opinião de Costa Pereira, existem principalmente três revés que os clientes querem ultrapassar quando procuram estes profissionais: criaram um negócio inovador e preparam-se para entrar no mercado; têm uma empresa tradicional, contudo estão prontos para ‘dar o salto’ e desenvolver um produto/market fit mais adequado aos padrões de consumo atuais, antecipando-se às disrupções do futuro; e/ou têm negócios em franco crescimento que requerem otimização de processos.

“O bom da inovação é que não é standard, não utilizamos metodologias iguais nem procuramos o mesmo resultado em todos os nossos clientes. Mas a título de exemplo, tornar a organização mais responsiva e ágil, preparada para disrupções tecnológicas ou não, muito mais competitiva e focada no lucro, são alguns exemplos de objetivos que estão presentes na estratégia”, refere a empresária e mentora da Comissão Europeia para o desenvolvimento de negócios agroalimentares fundados por mulheres.

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