Depois dos dados económicos pouco animadores que saíram da segunda maior economia do mundo, e que causaram alguma apreensão no início da sessão de segunda-feira, terça-feira trouxe uma preocupante confirmação desses mesmos dados, mas desta feita por parte da maior economia do mundo.
Com efeito, depois de um crescimento abaixo do previsto nas vendas a retalho na China, componente muito importante do PIB em qualquer economia, os consumidores norte-americanos pisaram no travão das compras em julho, com uma contração maior do que a esperada, dado que o deslize foi de -1,1%, quando as previsões apontavam para uma cedência de apenas -0,3%. De realçar, contudo, a revisão em alta do mês de junho para um crescimento de 0,7%.
A redução das despesas com o sector automóvel e nas vendas online pressionaram o indicador de tal forma que nem uma melhoria da faturação na restauração conseguiu contrariar, até porque os restaurantes não recuperaram tanto como se esperava, ao que não é indiferente o ressurgimento da pandemia de Covid nos EUA, assim como um pouco por todo o mundo.
Este movimento já diminuiu de forma substancial as estimativas para as vendas a retalho no terceiro trimestre, que poderão crescer agora “apenas” 4,8%, e refiro apenas porque é menos de metade da subida de 11,8% registada no segundo trimestre. Um arrefecimento que, a ser validado, dificilmente não terá as devidas consequências no crescimento do PIB no início da segunda metade do ano.
Contudo, não foram só más notícias, uma vez que a produção industrial nos EUA cresceu ao ritmo mais elevado dos últimos quatro meses, o que não deixa de ser positivo no meio de vários outros dados que indiciam a probabilidade de uma diminuição da atividade económica nos próximos meses. Mas, no final do dia, a cautela imperou e os índices norte-americanos corrigiram, com o S&P500 a quebrar uma série vitoriosa de cinco sessões que o empurraram para novos máximos históricos. Resta saber agora como irão os investidores reagir às minutas da última reunião da Fed, que serão conhecidas esta quarta-feira pelas 14h (hora de Nova Iorque).
No mercado cambial foi curioso o impacto dos dados das vendas a retalho, uma vez que a moeda dos EUA acabou a valer mais 0,5%. Ou seja, as perspetivas de menor crescimento económico, que indiretamente poderão restringir uma alteração da política monetária da Fed nos próximos meses, não tiveram qualquer efeito negativo.
O gráfico de hoje é do S&P500, o time-frame é Semanal.
É preciso recuar até 1995 para se encontrar um período tão prolongado de tempo em que o indicador técnico stochastic se encontra em valores de sobre-comprado, tal como tem estado desde novembro de 2020.
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