O crescimento exponencial da adoção do digital pela população está a alterar significativamente a forma como as organizações, públicas e privadas, desenvolvem a experiência dos seus clientes e consumidores em geral.

Nos dias de hoje a experiência do consumidor com as novas tecnologias determina as tendências que afetam os decisores de todos os setores, por isso é de extrema importância compreender a mentalidade dos consumidores em relação à tecnologia, independentemente de ser um negócio B2C, B2B ou B2B2C.

Cada vez mais, os consumidores estão à procura de experiências diferenciadas que possam agregar valor ao seu dia a dia, e a tecnologia tem um papel fundamental nisso. Desde aplicações de delivery que permitem pedir comida ou outros produtos com apenas alguns cliques até dispositivos de realidade virtual que transportam o utilizador para outros mundos, a tecnologia está cada vez mais presente nas experiências que as pessoas têm.

Na verdade, cada uma das gerações mais recentes passa mais tempo a consumir entretenimento digital do que a anterior, o que significa que a Geração Z ultrapassa o tempo de envolvimento com conteúdos de entretenimento do que os Boomers ou os mais velhos. Ora vejamos, tendo como base estudos realizados pela IDC, as redes sociais constituem atualmente a maior fonte de conteúdos de vídeo vistos pelos consumidores, mais do que a televisão ou o streaming. Outro dos conteúdos com mais audiência entre as gerações mais jovens são os jogos.

Até ao final de 2025, as previsões da IDC apontam para que mais de 20% dos consumidores em todo o mundo terão começado a utilizar subscrições de serviços de dispositivos pessoais, tal como o smartphone, e nos dispositivos relacionados com a casa inteligente, em vez de adquirem novos equipamentos. Neste mesmo período, estima-se que os clientes mais jovens vão ajudar a fazer com que 65% dos pedidos de restaurantes sejam para levar (entrega, recolha ou drive-thru), acelerando o crescimento de locais físicos só com cozinha e de aplicações de encomendas de comida de terceiros.

Porem, quando falamos de dispositivos inteligentes utilizados regularmente pelos consumidores, as estimativas apontam para que, até 2027, 35% dos consumidores que compram telemóveis vão ter um Smart Set (ou seja, um smartphone, relógio inteligente e auriculares) para entretenimento e deslocação, levando as principais marcas a criar conteúdos para Smart Sets.

No início deste artigo, aludi à ideia de que estamos a assistir a grandes ruturas na forma como os consumidores se envolvem e compram tecnologia. Esta ideia baseia-se no facto de reconhecermos que as gerações mais jovens veem e utilizam a tecnologia de formas radicalmente diferentes das gerações mais velhas. Ruturas estas que vão provocar grandes mudanças nos mercados tecnológicos, mas sobretudo irão mudar a nossa sociedade e economia, principalmente ao nível da forma como consumimos entretenimento, vivemos em casa, fazemos compras, nos deslocamos nas cidades e fora delas, desenvolvemos a nossa educação e gerimos o nosso bem-estar.

Neste contexto, acredito que as empresas que conseguem oferecer experiências tecnológicas marcantes terão uma vantagem competitiva importante no mercado, pois os consumidores tendem a lembrar-se dessas experiências e a partilhá-las com outras pessoas. Além disso, é importante relembrar que boas experiências ajudam a fidelizar os clientes, que se sentem mais conectados à marca e à tecnologia que ela oferece.