Os subsídios aos combustíveis fósseis dispararam no ano passado e atingiram, a nível global, um valor histórico de mais de 6 mil milhões de euros, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O apoio que os Governos de todo o mundo prestaram aos consumidores e empresas durante a escalada mundial dos preços da energia ajuda a explicar este cenário, que foi consequência da invasão da Ucrânia por parte da Rússia, e coincidiu também com a recuperação económica pós-pandemia.
A verdade é que os subsídios ao petróleo, carvão e gás natural estão a custar o equivalente a 7,1% do Produto Interno Bruto global, mais do que os Governos gastam anualmente em educação (4,3%) e cerca de dois terços do que gastam em cuidados de saúde (10,9%) em termos gerais.
O FMI alerta que a maior parte dos subsídios está implícita, uma vez que os custos ambientais muitas vezes não estão refletidos nos preços dos combustíveis fósseis, nomeadamente o carvão e o diesel.
Prevê-se que estes subsídios implícitos cresçam à medida que os países em desenvolvimento, que tendem a ter unidades e veículos mais poluentes, aumentam o consumo de combustíveis fósseis.
O FMI estima que a eliminação dos subsídios explícitos e implícitos aos combustíveis fósseis, a nível global, poderia evitar mais de 1,6 milhões de mortes prematuras por ano, possibilitaria o aumento das receitas públicas em mais de três mil milhões de euros, e equilibraria as emissões de forma a atingir as metas estabelecidas para travar o aquecimento global.
Também nos países em desenvolvimento as energias renováveis podem assegurar a transição para um modelo energético com benefícios económicos para famílias e empresas.
Esta é a alternativa mais justa, capaz de criar empregos verdes e segurança energética e de também libertar recursos financeiros dos Estados para apostar em áreas cruciais, como a saúde e educação.