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Contra a comunidade internacional, Netanyahu mantém ataques a Gaza

A posta do governo israelita é conseguir a neutralização do Hamas. Ao mesmo tempo, a tensão sobre na Cisjordânia, como resposta ao aumento dos ataques ao enclave de Gaza. O presidente turco falou sobre o assunto com o Papa Francisco.
REUTERS/Dan Balilty
18 Maio 2021, 07h15

Aviões de guerra israelitas lançaram esta segunda-feira o que aos observadores pareceu ser o ataque aéreo mais violento sobre o enclave de Gaza desde que há quase duas semanas, a guerra recomeçou. O mínimo que se pode dizer é que o ataque não surpreendeu: o primeiro-ministro interino, Benjamin Netanyahu, disse no fim-de-semana que os bombardeamentos seriam intensificados, apesar de toda a comunidade internacional ter apelado a um cessar-fogo imediato.

Os ataques desta manhã abalaram Gaza pelo menos durante 10 minutos de forma ininterrupta, relata a agência Associated Press, e mais intensa que os ataques do dia anterior – durante os quais morreram 42 palestinianos, naquele que foi o ataque mais mortal em semanas.

Sirenes de ataque aéreo soaram pelo oitavo dia consecutivo no sul de Israel, quando o Hamas e outros grupos militantes estacionados em Gaza lançaram mais ataques de rokets do que em toda a guerra de 2014.

Numa intervenção televisiva, Netanyahu disse que os ataques de Israel continuariam com “força total e “levariam tempo”, uma vez que o país “quer fazer pagar um alto preço” ao Hamas. A seu lado estava o ministro da Defesa e rival político Benjamin Gantz, numa demonstração de unidade nacional que nos últimos anos tem sido pouco vista.

Entretanto, a comunidade internacional – liderada pela ONU – tem repetido apelos ao cessar-fogo imediato, mas até agora o governo israelita tem-se mostrado indiferente, dando indicações de que só parará os ataques quando conseguir aniquilar a capacidade de resposta do Hamas. Entretanto, no outro enclave palestiniano, a Cisjordânia, a onda de solidariedade para com os revoltosos do Hamas em Gaza tem produzido recontros violentos com o exército e as forças de segurança israelitas.

A violência começou em Jerusalém Oriental no mês passado, quando palestinianos entraram em confronto com a polícia durante o mês do Ramadão, tendo por epicentro a mesquita de al-Aqsa, uma localização tradicionalmente alvo de fortes tensões.

O Hamas e o grupo Jihad Islâmica reconheceram 20 combatentes mortos nos combates, mas Israel diz que o número real é muito mais elevado e divulgou os nomes e fotos de dezenas de supostos agentes que diz terem sido “eliminados”. O número total de mortos está próximo das duas centenas.

O ataque deslocou cerca de 34 mil palestinianos das suas casas, disse o enviado especial da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland, na reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU durante este fim-de-semana, durante o qual oito ministros das Relações Exteriores falaram sobre o conflito.

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