Contra os “premium” alemães. Sueca Volvo promete o conforto absoluto

O objetivo é o puro conforto e a experiência de condução. Aliás, melhor do que descrever é experimentar uma nova máquina que aparece no mercado português em três grandes versões que, por sua vez, se subdividem consoante o nível de conforto e equipamento que se quer incorporar. Na verdade, a Volvo desde há muito que aprendeu que nova tecnologia significa um custo adicional para o consumidor.

O mercado está a receber a motorização D4 de 190 cv, o D5 de 235 cv e, desenhado para as frotas, a marca lançou o super T8 de 407 cv que soma o motor a gasolina com o motor elétrico, cuja autonomia pode chegar aos 45 Km. Os preços recomendados vão dos 55 mil aos mais de 71 mil euros. Tudo depende do nível “premium” que o consumidor quer e/ou pode usufruir.

O veículo testado tem uma arquitetura de quatro cilindros com uma potência de 190 cv e ficámos surpreendidos com a média de consumos deste diesel, que não se afastou muito do anunciado pela marca e que é inferior a 6 litros. Com o nível de equipamentos mais elevado, o “Inscription”, o visual com couro perfurado blond não podia ser o mais adequado. O interior é de luxo e assemelha-se ao irmão mais forte, o XC90. O conforto está na suspensão, no desenho dos estofos, na caixa de oito velocidades Geartronic e nas jantes largas de 20 polegadas. Tudo para impressionar. Este é um daqueles carros que dá gosto porque tem tudo o que a carteira possa comprar, desde os packs de iluminação, ao sistema de segurança avançado e de ligação à net, a par de uns opcionais de fazer inveja aos “irmãos” alemães. Destacamos o fantástico som Bowers and Wilkins, que vale bem os mais de três mil euros que custa. Depois, quem quiser mostrar algum radicalismo, pode usar as patilhas seletoras de velocidade, mas sacrifica o conforto da família, e usufrui de um desenho de volante que merece realce.

Embora esta seja a motorização menos potente que a marca propõe, os 8,4 segundos dos 0 aos 100 Km/h são para respeitar, tanto mais que estamos perante um SUV. Ah, e não é demais realçar que continuamos perante um classe 1 nas autoestradas, o que para quem viaja com frequência é um argumento positivo. O resto é a história das “mil e uma noites” feita em poucas horas e que permitiu redescobrir aquilo que o construtor sueco desenvolveu em termos de mecânica, de segurança e de design. Aliás, a tecnologia Twin Engine e Drive são chave no relançamento da marca, assim como os melhores sistemas de conectividade.

A Volvo tem salientado o crescimento das vendas deste modelo, que sempre foi dos mais apreciados na Europa em termos de segmento. Daqui para a frente vamos ver o que a marca nos reserva em termos de mobilidade autónoma. Disponível como opção está o “Pilot assist”, um sistema para condução semiautónoma até aos 130 km/h em estradas com marcação e sem veículo à frente. É uma boa opção para autoestrada.

Mas, por enquanto, aquilo que a marca propõe segue a tendência de um nível de segurança superior. A famosa “Safety cage” começou a ser desenvolvida nos anos 40 do século passado e nunca mais deixou de evoluir. Em estreia no novo XC60 está o sistema “Oncoming Lane Mitigation”, que redireciona o veículo para a ua faixa de rodagem se estiver em rota de colisão com outros veículos. Funciona entre os 60 Km/h e os 140 Km/h e apenas requer uma linha de demarcação na via. Há também um outro sistema, o “City safety”, que ajuda o condutor a efetuar uma manobra evasiva em situações de emergência para evitar um acidente. Faz-nos lembrar aquilo que lemos sobre aviação. E ainda o sistema “Run off road mitigation”, que não é mais do que manobras para levar o condutor a manter o veículo em segurança perante uma saída de estrada não prevista.

O design também merece destaque, a começar pelo martelo de Thor que está mais saliente na assinatura da Volvo. A traseira tem como matriz uma ligação metálica que confere vigor a toda a linha. O resultado global é um produto de valor futuro que combina tecnologia com desenho futurista. Há uma nova afirmação da marca a confirmar que passou para o nível dos “desejáveis”.