O Reino Unido foi escolhido, este mês, para acolher em 2020 a próxima grande Cimeira do Clima da ONU, em parceria com a Itália.  A COP26 é o evento mais importante no calendário das negociações sobre alterações climáticas a nível global. A conferência terá lugar em Glasgow e vai reunir mais de 30 mil delegados de todo o mundo, incluindo os principais cientistas nesta área, dirigentes empresariais, governos e sociedade civil, para acordarem uma ação ambiciosa a nível global com vista a combater as alterações climáticas.

No início deste ano, o Parlamento Britânico declarou as alterações climáticas como uma emergência. Os protestos globais no fim-de-semana passado mostram que a preocupação da sociedade civil está a crescer rapidamente. Não é uma ameaça distante – é o desafio mais urgente que a nossa espécie enfrenta. Todos os anos são críticos –  temos que agir juntos agora para acelerar a redução das emissões, a proteção do meio ambiente e a adaptação às consequências a que assistimos em todo o mundo, tais como as recentes tempestades devastadoras nas Bahamas. Os impactos negativos das alterações climáticas estão a tornar-se cada vez mais visíveis, inclusive em Portugal. Por isso, na COP26 devem ser tomadas decisões corajosas e ambiciosas no sentido de uma energia mais limpa e de um futuro sustentável, sustentadas em sistemas financeiros “verdes”.

O Reino Unido e Portugal já se comprometeram a reduzir as emissões líquidas de gases com efeito de estufa para zero até 2050, e o Reino Unido tornou este compromisso juridicamente vinculativo. Este objetivo só poderá ser alcançado através de um investimento massivo em tecnologia verde e de um ajustamento social e económico sem precedentes. Ambos os países estão empenhados na transformação dos sistemas financeiros, canalizando capital para apoiar esses objetivos.

Há um trabalho crucial a fazer em matéria de resiliência para ajudar os países na adaptação ao impacto das alterações climáticas que já estamos a sentir. O Reino Unido já canalizou 5,8 mil milhões de libras para ajudar os países em desenvolvimento nesta adaptação.  Na Cimeira do Clima da ONU em Nova Iorque esta semana, o Reino Unido e o Egipto apelaram aos países para se unirem a fim de responder aos impactos imediatos das alterações climáticas. Isso implica aumentar a capacidade de preparação e de resposta a catástrofes, e reforçar a segurança alimentar e dos recursos hídricos.

Os desafios não têm precedentes e são assustadores.  Mas não nos podemos dar por vencidos.  As alterações climáticas representam um risco existencial para a nossa espécie e para o nosso planeta. Falhar não é opção.