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Coreia do Sul quer contrariar baixa taxa de natalidade

Taxa de natalidade da Coreia do Sul tem vindo a cair há alguns anos. País asiático quer criar um novo ministério para resolver desafios demográficos.
Coreia do Sul
28 Agosto 2024, 12h25

A Coreia do Sul está a registar baixos níveis de natalidade, taxa esta que tem vindo a descer ao longo dos anos. Agora, o país asiático está a tentar convencer as gerações mais novas (os chamados millennials, entre os 20 e os 30 anos) que a parentalidade é um investimento mais significativo que novo vestuário ou bons restaurantes. No entanto, segundo a “Reuters”, a tentativa não tem sido bem sucedida.

Este não é o único país que enfrenta este desafio, com muitos países europeus a apresentar uma população cada vez mais envelhecida. Contudo, no caso europeu, a dificuldade é atenuada pela imigração. No caso da Coreia do Sul, Japão e China tal não acontece, uma vez que estes países conseguiram evitar a imigração em massa.

Em 2023, a quarta maior economia asiática apresentou uma taxa de natalidade de 0,72, um valor que representa uma descida face ao ano anterior, quando a taxa se situou nos 0,78. Dados citados pela “Reuters” indicam que, sem imigração para se fixar no país, é necessário um boom de nascimentos, uma vez que a taxa de natalidade se tem de situar nos 2,1 para que a população se mantenha estável.

De acordo com a “Reuters”, o país asiático planeia apresentar um novo ministério inteiramente dedicado aos desafios da demografia, depois de anos a apresentar medidas e incentivos que falharam em aliviar a crise de natalidade.

Entre os incentivos que o país apresentou sublinham-se os subsídios para reverter vasectomias, apoios monetários às famílias com recém-nascidos, viagens de táxi gratuitas e licenças remuneradas mais longas para cuidar dos filhos.

Os sociólogos afirmam que o estilo de vida prioritário para os coreanos entre os 20 e 30 anos consiste em gastar mais e poupar menos, em comparação com a população em geral e os seus pares de outros países. Este modo de vida, consideram os sociólogos, leva a que estas gerações não se dediquem à parentalidade.

Jung Jae-hoon, professor de sociologia na Universidade Feminina de Seul, refere que “estas gerações estão à procura de status. Os seus elevados hábitos de consumo mostram que os jovens estão a trabalhar nos seus próprios emblemas e sucesso online, em vez de se concentrarem nos objetivos de se estabelecerem e terem filhos”.

Segundo uma investigação recente, estas gerações apontam as dificuldades financeiras como o principal motivo para não terem filhos, e cerca de 46% dos entrevistados culpam a incerteza no emprego e os elevados custos da educação.

A taxa de poupança dos jovens com 30 anos caiu 28,5% no primeiro trimestre, face aos 29,4% de há cinco anos, enquanto nos outros grupos etários a taxa registou um aumento durante o mesmo período. Já quanto aos gastos, os millennials e a Gen Z são as que mais gastam em grandes superfícies comerciais e hotéis, tendo os gastos em viagens aumentado para 40,1%.

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