O cenário de corte nas taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed) em setembro parece cada vez mais provável e aquele que faz sentido para Mário Centeno. Ao ‘BdP podcast’ o governador do Banco de Portugal aproveitou também para esclarecer as suas declarações em entrevista à “Bloomberg” durante a reunião de Jackson Hole.
“O fácil nunca é fácil, mas quando olhamos para os dados parece-me relativamente claro qual é a trajetória que as taxas [de juro] na área do euro têm que ter”, referiu, relembrando que a área do euro desde que começou o ciclo da subida de taxas cresceu 0,7% em comparação com os 4,9% para os Estados Unidos.
“Quando olhamos para as previsões de junho do Banco Central Europeu e para aquilo que se pode esperar nas revisões em setembro, os dados têm vindo a confirmar, aquilo que são as previsões que o BCE tem vindo a produzir”, afirmou Mário Centeno.
De resto, o governador do Banco de Portugal realçou que o discurso do presidente da Fed, Jerome Powell, durante a reunião em Jackson Hole trouxe teve algumas novidades e outras tantas confirmações, alertando para os sinais de enfraquecimento na economia norte-americana, em particular no mercado de trabalho, que neste momento preocupam mais do que há uns meses.
“As conclusões que podemos tirar daqui para a Europa são bastante significativas. Temos uma inflação que claramente tem vindo a cair ao longo dos últimos meses. É verdade que há um caminho a fazer, mas também é verdade que temos de ter a noção que a posição da política monetária neste momento aponta para um aperto financeiro, e que mesmo com as próximas reduções que possam existir nas taxas de juro se vão manter. Não é a partir do momento que a taxa começa a cair que a situação se altera. Todos temos de ter noção disso”, salientou o governador do BdP.
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