Em 2024 os fundos Corum aproveitaram a conjuntura favorável para adquirir 19 novos imóveis, dos quais sete no 4º trimestre, em sete países e em cinco setores de atividade, oferecendo rentabilidades médias iniciais de 9,30% para o Corum Origin; 7,79% para o Corum XL; e 7% para o Corum Eurion. Os gestores da Corum, na apresentação dos números de 2024, revelaram que esperam continuar as rentabilidades elevadas em 2025.
Foram mais de 760 milhões de euros investidos pelos três fundos. A captação líquida de capital junto de investidores é de 706 milhões, o resto é fruto de vendas e uma pequena parte é financiamento de dívida de curto prazo, liquidada à medida que recebem o capital dos investidores.
Os fundos da Corum, sobretudo, quando as taxas de juro estão altas, evitam recorrer a dívida. Por definição os fundos podem financiar-se com dívida até 40%, mas não ultrapassam os 10%.
Em 2024 compraram só um imóvel em Portugal, a uma grande retalhista, em regime de sale & leaseback. Os responsáveis da Corum não revelaram o nome da empresa de retalho alimentar, mas o Jornal Económico sabe que foi ao universo Sonae, o que a Corum não confirmou.
Esta aquisição é de um imóvel de 11.015 m2 em que o contrato de arrendamento é de 25 anos, o preço de aquisição é de 17,5 milhões de euros e a rentabilidade de 7,5%.
Os fundos fizeram também quatro vendas, gerando uma mais-valia total de quase 10 milhões de euros, que foi transferida para os investidores. Não fizeram nenhuma venda em Portugal.
Marcelo Capitão, Sales Diretor, revelou a taxa interna de rentabilidade dos fundos Corum Origin (a 10 anos), Corum XL (a cinco anos) e Corum Eurion em 2024.
A taxa interna de rentabilidade (TIR), líquida de comissões e impostos, mede a rentabilidade do investimento durante um determinado período. A TIR tem em conta a evolução do valor das ações e dos dividendos distribuídos durante esse período, bem como os custos de subscrição e de gestão suportados pelo investidor. Tem igualmente em conta o facto de o valor do dinheiro mudar ao longo do tempo: um euro hoje vale mais do que um euro daqui a um ano, porque se pode reinvestir imediatamente esse euro e fazê-lo crescer.
Assim, o Corum Origin tem uma taxa interna de rentabilidade de 6,75% (a 10 anos); o Corum XL (a cinco anos) 4,15% (o objetivo a 10 anos é de 10%); e o Corum Eurion tem uma TIR 6,36% a cinco anos ( o objetivo a 10 anos é de 6,5%).
A rentabilidade (taxa de distribuição) em 2024 foi de 6,05% para o Corum Origin; de 5,53% no Corum XL e o Corum Eurion também teve uma rentabilidade 5,53% em 2024.
Os fundos são compostos por ações e a rentabilidade é conseguida com as rendas, com a valorização dos imóveis e com as vendas. O Corum Eurion tem ainda a componente cambial.
Os dividendos são conseguidos com vendas e valorização dos imóveis, explicam.
A Corum Investments tem edifícios de diferentes tipologias (supermercados, armazéns, entre outros), dispersos por 18 países. A taxa de ocupação no Corum Origin é de 97%; a o fundo Corum XL é de 96% e a do Corum Eurion de 100%.
A variação dos valor dos imóveis em 2024 foi de 2,57% no Corum Origin; de 2,39% no Corum XL; e de 2,25% no Corum Eurion.
No total, desde 2012, os fundos Corum geraram uma criação de valor de 1,5 mil milhões de euros para os investidores (dividendos distribuídos a partir das rendas recebidas + mais-valias distribuídas + aumentos dos preços da ação).
Em 2012, a Corum lançou o primeiro fundo investido na Europa (Corum Origin). Em 2017, a sociedade gestora deu seguimento a este projeto com o primeiro SCPI (société civile de placement immobilier) investido fora da zona euro (Corum XL).
O custo do capital aumentou com a subida dos juros, mas a tendência de descida dos juros no fim do trimestre ainda não se refletiu nas valorizações dos fundos.
Os gestores da Corum explicaram que na conjuntura de taxas de juro altas, os produtos de poupança e investimentos sobem as rentabilidades (como as obrigações e os depósitos), pelo que os fundos da Corum têm de acompanhar a tendência do mercado e aumentar as rentabilidades.
Para isso beneficiam do facto de não fazerem aquisições de imóveis com financiamento do mercado (bancário). Fazem-no, essencialmente, com capital dos investidores, pelo que, tendo dinheiro e estando o mercado a ser afetado pelo aumento do custo do capital, a concorrência pelos ativos no mercado é menor, o que é uma vantagem para quem faz aquisições com liquidez e sem dívida. A Corum beneficia então dessa conjuntura e assim consegue rentabilidades mais altas na valorização dos imóveis em carteira.
Por outro lado o impacto da inflação nas rendas ainda se fez sentir em 2024, revelou a Corum.
Para 2025, apesar das taxas de juro estarem já em queda desde 2024, e como o impacto das variáveis macroeconómicas demora a refletir-se no mercado imobiliário, os gestores esperam ainda beneficiar das vantagens criadas em contexto de juros altos.
Os fundos da Corum comercializados em Portugal têm 6,5 mil milhões de euros sob gestão.
A Corum (a nível global) em 31 de dezembro de 2024 tinha mais de 130 mil investidores; mais de 8 mil milhões de euros sob gestão; 3 fundos imobiliários, com investimentos em 17 países; mais de 2.500 parceiros de distribuição; e mais de 260 colaboradores
O fundo imobiliário Corum Origin compra imóveis em toda a zona euro e tem como investimento mínimo 1.135 euros. É classificado com um fundo de baixo risco. O fundo Corum XL, de risco médio, tem um investimento mínimo de 195 euros.
O fundo Corum Eurion foi lançado em 2020 e está presente em sete países da zona euro, sendo que, em Portugal, “o fundo está disponível apenas para clientes institucionais”.
(atualizada)
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