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Costa afasta retaliações contra países que limitam entradas a partir de Portugal

O primeiro-ministro afastou esta sexta-feira a possibilidade de retaliar contra os Estados-membros europeus que estão a vedar ou limitar entradas de passageiros de voos com origem no território nacional e insistiu que Portugal compara bem em resultados sanitários.
19 Junho 2020, 15h05

Esta posição foi transmitida por António Costa em conferência de imprensa, em São Bento, após quatro horas de cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, que se realizou uma vez mais por videoconferência.

“A reação diplomática nacional é feita através dos canais próprios – é isso que temos feito e é isso que iremos continuar a fazer. Não é prática de Portugal fazer retaliações, nem é prática de Portugal ter esse tipo de visão das relações internacionais”, declarou, após ser questionado sobre qual a reação político-diplomática que o seu Governo adotará face ao conjunto dos Estados-membros da União Europeia que estão a colocar entraves à chegada de passageiros provenientes do país.

Nas respostas aos jornalistas, António Costa salientou que nenhum país “está a proibir a entrada a portugueses, havendo sim Estados-membros que estão a restringir voos a partir de Portugal, ou a impor quarentena a quem venha de território nacional”.

“A imposição de quarentena é independente da nacionalidade. Se um austríaco vier a Portugal, no regresso ao seu país também fica sujeito a quarentena”, referiu.

Segundo António Costa, neste momento, o que se verifica em relação ao conjunto de Estados-membros que estão a levantar reservas às viagens oriundas de Portugal, “é que apenas o Chipre, a Estónia e a Letónia se encontram em melhores condições” do que o país nos principais critérios sanitários.

“Por exemplo, a Áustria e a República Checa têm um número de testes de tal forma inferior a Portugal que, verdadeiramente, não permitem qualquer comparação de dados. A Dinamarca e a Lituânia têm uma taxa de letalidade muitíssimo superior à portuguesa. Finalmente, países como a Bulgária, Grécia e Polónia têm não só muito menos testes, como apresentam taxas de letalidade muito superiores à portuguesa”, apontou.

Ou seja, segundo o primeiro-ministro, “não basta olhar para o número de casos [de novos infetados], sendo também necessário saber qual o peso dos casos no conjunto de testes realizados e qual a forma como os diferentes serviços de saúde responderam à situação de doença em cada um dos países”.

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