Em Outubro iniciou-se a earning season do terceiro trimestre de 2024, sendo que no final do mês sete sociedades do PSI (a Navigator, a Galp, os CTT, o BCP, a Jerónimo Martins, a NOS e a Semapa), que representam sensivelmente 58% do índice e 64% dos lucros do ano 2023, tinham apresentado os seus resultados trimestrais.
Os lucros destas sociedades atingiram o valor de 2.696 milhões de euros, representando um crescimento homólogo de 9,7%, segundo cálculos da Maxyield.
Estas sociedades reportaram todas resultados positivos, mas duas apresentam diminuição dos lucros face a igual período do ano anterior.
Nesta segunda-feira foi a vez de outra empresa do PSI apresentar contas. A Corticeira Amorim encerrou os primeiros nove meses deste ano com um resultado líquido de 47,8 milhões de euros, o que traduz uma redução de 28,6% face ao período homólogo. O grupo reporta uma quebra de 4,8% nas vendas até setembro, para 726,2 milhões de euros, assinalando que os resultados foram “penalizados também pela inclusão de custos não-recorrentes (5,3 milhões) bem como pelo aumento dos encargos financeiros em consequência do maior endividamento médio”.
A Maxyield revela, na sua, análise, que “os bons resultados da Navigator, devem-se ao crescimento da procura em todas as linhas de produto, à eficiência na gestão de custos, à robustez dos preços e ao maior peso dos novos segmentos de negócio (tissue e packaging)”.
Já a Galp sofreu uma quebra significativa no EBITDA, cuja redução de margem não foi compensada pelo aumento dos rendimentos. No entanto a forte redução dos non cash costs, designadamente imparidades e provisões nos segmentos Industrial & Midstream e Renováveis, bem como as depreciações com descontinuação da operação em Angola, permitiu um crescimento dos resultados.
Por sua vez a NOS apresenta um lucro de 201,1 milhões o qual inclui uma forte componente não recorrente no valor de 54 milhões de euros.
O lucro não recorrente da operadora de telecomunicações resulta de taxas de atividade resultantes de decisões judiciais contabilizadas no 1º trimestre (no valor de 22,2 milhões após impostos) e mais valias líquidas de imposto geradas pela venda de um portefólio de torres à Cellnex (31,8 milhões) registadas no 2º trimestre. Ora, retirando o efeito dos lucros não recorrentes a taxa de crescimento dos resultados líquidos passaria de 59,2% para 16,4%.
O maior banco privado e o único cotado é a estrela da bolsa este ano (com variação anual positiva de 68,9%), mas apesar do bom desempenho das contas, o BCP apresenta uma desaceleração da taxa de crescimento dos lucros, sendo que a rubrica “comissões e serviços” é a única componente do produto bancário com evolução crescente. No entanto a comparação com o período homólogo do ano anterior é prejudicada pelo efeito base associado à alienação em 2023 de 80% da Millennium Financial Services, que gerou um proveito de 127 milhões de euros.
Já a Semapa apesar de consolidar a Navigator, sofreu o impacto do desempenho menos performante do segmento dos cimentos, explica a Maxyield.
A nível das sociedades com quedas nos resultados, merecem referência a Jerónimo Martins pela deflação alimentar e elevada inflação de custos na Polónia; e os CTT pela redução significativa da colocação de certificados de aforro em consequência da forte quebra da sua atratividade com as alterações introduzidas em 2023 pelo Governo.
Fonte: Maxyield/Empresas
Como vai ser o mês de Novembro?
Este mês conclui-se a época de apresentação de resultados relativamente ao 3ºtrimestre 2024.
A Corticeira Amorim apresenta esta segunda-feira as suas contas dos primeiros nove meses do ano.
As contas do terceiro trimestre da EDP Renováveis são reveladas quarta-feira dia 6 e a sua maior acionista EDP apresenta os números no dia a seguir, na quinta-feira dia 7.
A Sonae SGPS apresenta contas a 13 de novembro e a REN revela os seus números até setembro no dia 14 de novembro.
A Mota-Engil é a cotada que se segue com a apresentação de resultados agendada para o dia 19 de novembro.
A Altri apresenta contas a 21 de novembro e a Ibersol fecha a earning season com apresentação de resultados a 29 de Novembro.
Até o fim do ano algumas sociedades do PSI podem vir a distribuir dividendos intercalares, à semelhança do que ocorreu em anos anteriores com a REN, a Navigator, a Corticeira Amorim e a Semapa.
O BCP anunciou que vai avançar com um programa de share buyback já este ano, para além do plano de distribuição aos acionistas que tem previsto para o horizonte do novo plano estratégico 2025-2028.
“O Conselho de Administração irá submeter um requerimento ao supervisor para executar recompra de ações de 25% do resultado líquido anual em 2024”, disse na apresentação de resultados o CEO do BCP, Miguel Maya que não avança o número.
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