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Covid-19: 1% das empresas encerrou definitivamente

Entre os principais motivos apontados pelos empresários como aqueles que tiveram maior impacto no encerramento definitivo das empresas estão as restrições no contexto do estado de emergência e a ausência de encomendas ou clientes. 
5 Maio 2020, 11h45

Enquanto 84% das empresas se mantém em funcionamento ou produção, mesmo que parcialmente, cerca de 15% encerraram temporariamente e 1% encerrou definitivamente. As conclusões são do Banco de Portugal e do Instituto Nacional de Estatística, no inquérito de acompanhamento do impacto da pandemia nas empresas, publicado esta terça-feira.

Segundo os dados da semana referente a 27 de abril a 1 de maio, a percentagem de empresas com perfil exportador que se mantinha em funcionamento situava-se em 89% e 83% no caso das empresas não exportadoras.

“A percentagem de empresas encerradas (temporária e definitivamente) continua a ser mais elevada no setor do alojamento e restauração (59%), seguindo-se os setores do Comércio e Outros serviços (16% nos dois casos)”, refere o inquérito.

Entre os principais motivos apontados pelos empresários como aqueles que tiveram maior impacto no encerramento definitivo das empresas estão as restrições no contexto do estado de emergência e a ausência de encomendas ou clientes.

Quase oito em cada dez empresas em funcionamento ou temporariamente encerradas continuam a reportar um impacto negativo no volume de negócios, enquanto 3% assinala um impacto positivo, “situação quase idêntica à da semana anterior”. A tendência de redução do volume de negócios é ligeiramente mais acentuada nas empresas de perfil exportador.

“Por dimensão da empresa e setor, registaram-se proporções semelhantes às da semana anterior, sendo que o setor do Alojamento e restauração continuou a evidenciar-se, com 98% das empresas deste setor a referirem reduções do volume de negócios”, refere a nota, notando uma subida de dois pontos percentuais do que na semana anterior.

Entre as empresas que reportaram uma redução do volume de negócios, 39% das empresas reportaram uma redução superior a 50% e 34% das empresas entre 10% e 50%. Já as empresas temporariamente encerradas “reportaram maioritariamente reduções superiores a 75%”.

“A ausência de encomendas/clientes e as restrições no contexto do estado de emergência continuaram a ser frequentemente referidos como fatores com muito impacto na redução do volume de negócios. Para a maioria das empresas respondentes a falta imprevista de funcionários não teve muito impacto”, identificam ainda.

Relativamente ao número de pessoas a trabalhar, 57% das empresas referiram uma redução do (-2 p.p. face à semana anterior), enquanto 42% referiram não ter havido impacto.

A importância do lay-off simplificado continua a ser apontado como muito importante pelas empresas, com 58% das empresas a identificar este regime “como muito relevante ou relevante para a redução do pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar”.

“Por oposição, para a maioria das empresas o despedimento de pessoal com contratos por tempo indeterminado e a não renovação de contratos a prazo foram definidos como não aplicável ou pouco ou nada relevante”, conclui o inquérito.

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