Enquanto 84% das empresas se mantém em funcionamento ou produção, mesmo que parcialmente, cerca de 15% encerraram temporariamente e 1% encerrou definitivamente. As conclusões são do Banco de Portugal e do Instituto Nacional de Estatística, no inquérito de acompanhamento do impacto da pandemia nas empresas, publicado esta terça-feira.
Segundo os dados da semana referente a 27 de abril a 1 de maio, a percentagem de empresas com perfil exportador que se mantinha em funcionamento situava-se em 89% e 83% no caso das empresas não exportadoras.
“A percentagem de empresas encerradas (temporária e definitivamente) continua a ser mais elevada no setor do alojamento e restauração (59%), seguindo-se os setores do Comércio e Outros serviços (16% nos dois casos)”, refere o inquérito.
Entre os principais motivos apontados pelos empresários como aqueles que tiveram maior impacto no encerramento definitivo das empresas estão as restrições no contexto do estado de emergência e a ausência de encomendas ou clientes.
Quase oito em cada dez empresas em funcionamento ou temporariamente encerradas continuam a reportar um impacto negativo no volume de negócios, enquanto 3% assinala um impacto positivo, “situação quase idêntica à da semana anterior”. A tendência de redução do volume de negócios é ligeiramente mais acentuada nas empresas de perfil exportador.
“Por dimensão da empresa e setor, registaram-se proporções semelhantes às da semana anterior, sendo que o setor do Alojamento e restauração continuou a evidenciar-se, com 98% das empresas deste setor a referirem reduções do volume de negócios”, refere a nota, notando uma subida de dois pontos percentuais do que na semana anterior.
Entre as empresas que reportaram uma redução do volume de negócios, 39% das empresas reportaram uma redução superior a 50% e 34% das empresas entre 10% e 50%. Já as empresas temporariamente encerradas “reportaram maioritariamente reduções superiores a 75%”.
“A ausência de encomendas/clientes e as restrições no contexto do estado de emergência continuaram a ser frequentemente referidos como fatores com muito impacto na redução do volume de negócios. Para a maioria das empresas respondentes a falta imprevista de funcionários não teve muito impacto”, identificam ainda.
Relativamente ao número de pessoas a trabalhar, 57% das empresas referiram uma redução do (-2 p.p. face à semana anterior), enquanto 42% referiram não ter havido impacto.
A importância do lay-off simplificado continua a ser apontado como muito importante pelas empresas, com 58% das empresas a identificar este regime “como muito relevante ou relevante para a redução do pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar”.
“Por oposição, para a maioria das empresas o despedimento de pessoal com contratos por tempo indeterminado e a não renovação de contratos a prazo foram definidos como não aplicável ou pouco ou nada relevante”, conclui o inquérito.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com