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Covid-19 ainda não afetou crédito em Portugal, mas bancos antecipam queda no crédito à habitação

Segundo os resultados do “Inquérito aos bancos portugueses sobre o mercado de crédito”, realizado pelo Banco de Portugal e divulgado esta terça-feira, a procura e a oferta por crédito mantiveram-se estáveis neste período. Mas a banca antecipa uma quebra do crédito à habitação.
28 Abril 2020, 13h30

Os bancos portugueses consideram que a Covid-19 ainda não teve um grande impacto na concessão de crédito durante o primeiro trimestre de 2020. Segundo os resultados do “Inquérito aos bancos portugueses sobre o mercado de crédito”, realizado pelo Banco de Portugal e divulgado esta terça-feira, a procura e a oferta por crédito mantiveram-se estáveis neste período. Mas a banca antecipa uma quebra do crédito à habitação.

Segundo o inquérito, “no primeiro trimestre de 2020, os bancos portugueses indicaram que a oferta de crédito a empresas e a particulares permaneceu praticamente inalterada face ao trimestre anterior. No mesmo período, a procura de crédito aumentou ligeiramente no segmento das empresas e reduziu-se ligeiramente no segmento dos particulares”.

Ainda neste período, os bancos consideraram que os critérios e os termos aplicados na concessão de crédito, quer a empresas e a particulares, mantiveram-se estáveis. No entanto, a banca perspetiva que as empresas vão recorrer a mais crédito, enquanto os particulares deverão reduzir a sua procura, nomeadamente no crédito à habitação a partir do segundo trimestre. E, a partir do segundo trimestre, a banca antecipa uma alteração aos critérios da concessão de crédito.

Devido à crise do novo coronavírus, no segundo trimestre de 2020 “os bancos antecipam critérios mais restritivos na concessão de empréstimos ao setor privado não financeiro, em especial no segmento dos particulares”. Já no caso das empresas, a banca antecipa que a procura de crédito vai aumentar. “No primeiro trimestre de 2020, os bancos portugueses que participam no inquérito indicaram que a oferta de crédito a empresas e a particulares permaneceu praticamente inalterada face ao trimestre anterior”, adiantou o documento.

Os bancos foram também questionados sobre as medidas de apoio anunciadas pelo Banco Central Europeu (BCE) para mitigar os efeitos negativos da Covid-19 e a banca nacional esperam que tenham efeitos positivos.

“Para os próximos seis meses, os bancos esperam que os programas tenham um efeito positivo sobre a sua rendibilidade, tanto através da margem financeira como dos ganhos de capital. A maioria dos bancos espera ainda um efeito positivo sobre o rácio de fundos próprios”, lê-se no documento.

Os bancos consideram que os programas de compra de ativos do BCE terão um efeito positivo na concessão de crédito nos próximos seis meses.

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