O novo coronavírus entrou nas nossas vidas e veio para mudar tudo.

Nessa mudança, o sector bancário, mais uma vez, vai ter um papel determinante e que se confia indutor da necessária serenidade e criação de condições que minimizem as enormes dificuldades que todos vamos ter de enfrentar para a restauração da normalidade comunitária.

A credibilidade e a experiência histórica das instituições tradicionais de crédito poderá marcar a diferença num sector marcado por novos modelos de exercício, muitos deles ainda a fazer o seu caminho.

A vida dos bancos não andava fácil nos últimos tempos, com a crise de confiança, a concorrência das fintech, as novas exigências de segurança da era do openbanking e, mais recentemente, uma certa nuvem negra de ameaça de limitação da cobrança de comissões, por via legislativa.

Mas a Covid-19 veio, agora, subir muitíssimo e muitíssimo depressa todos os patamares de solicitações dirigidas à banca, com a economia real na iminência de nova e forte crise, sem fim à vista…

Famílias e empresas esperam que os bancos saibam estar à altura desta emergência social que deixará muitos sem rendimentos para honrar os seus compromissos bancários.

O segundo português a falecer vítima de Covid-19 foi António Vieira Monteiro, chairman do Santander Portugal. Em dezembro de 2018, disse em entrevista ao “Expresso” que “os depositantes são os principais credores dos bancos, [porque] o dinheiro que nós emprestamos é deles”.

Que esta afirmação tão clara quanto corajosa possa servir de mote aos bancos nas medidas que começaram já a anunciar, por iniciativa própria, desde moratórias nas prestações dos créditos, à isenção de comissões em transferências online e pagamentos em terminais POS.

Na verdade, os depositantes serão sempre a base do sistema bancário. Em alturas de incerteza, os depósitos são um ativo de refúgio. Logo, o futuro da banca é o futuro dos depositantes.

Acreditamos que os bancos vão saber estar à altura deste momento histórico, com mais ou menos linhas de crédito bonificado e sem necessidade de uma espada de Dâmocles sobre a cabeça (de imposições legais e decretos governamentais).