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Covid-19: Governo de Macau freta avião para retirar residentes em Hubei

Os residentes de Macau que se encontram atualmente na província chinesa de Hubei, centro do surto do novo coronavírus, vão regressar num voo ‘charter’, na próxima semana, foi anunciado este sábado.
29 Fevereiro 2020, 12h33

O diretor dos Serviços de Saúde de Macau disse que o voo será feito na sexta-feira ou no sábado e trará entre 50 e 60 residentes atualmente na capital de Hubei, Wuhan, e nos arredores desta cidade.

Lei Chin Ion advertiu que existirá um “risco acrescido de infeção” na viagem de avião, a partir do aeroporto de Wuhan, e na deslocação de carro entre as diferentes localidades onde se encontram e o aeroporto.

“Pessoal médico e alguns funcionários de Macau vão acompanhar os residentes que tenham manifestado vontade de regressar” e tenham feito um registo junto das autoridades do território, indicou o responsável, na conferência de imprensa diária do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

O pessoal médico irá a Wuhan para acompanhar os residentes e fazer apenas exames básicos de diagnóstico, com observação e medição da temperatura, disse Lei Chin Ion.

Os serviços de Saúde de Macau vão preparar-se para colocar estas pessoas em isolamento e exames dos residentes que regressarem de Wuhan.

“Há a possibilidade de alguns residentes apresentarem resultados positivos nas análises e temos que estar preparados para isso”, frisou.

Após a avaliação poderão seguir viagem os residentes que não apresentem sintomas nem sejam familiares de casos confirmados na província. À chegada ficarão em isolamento nas instalações no alto de Coloane, explicou.

Lei Chin Ion indicou ainda que “depois deste voo, será planeada uma nova oportunidade” para retirar residentes de Macau.

A responsável da Direção dos Serviços de Turismo, Inês Chan, disse que a deslocação até Wuhan terá de ser arranjada pelos residentes, cabendo às autoridades de Macau emitir um documento para que possam fazer essa viagem, uma vez que a cidade chinesa continua sob quarentena.

Nos contactos efetuados com residentes de Macau em Hubei nenhum indicou apresentar sintomas da infeção ou ter estado em contacto com casos confirmados de Covid-19, acrescentou.

Na mesma conferência de imprensa, as autoridades voltaram a apelar à população para que não faça saia das fronteiras de Macau, a menos que seja absolutamente necessário, para não comprometer os esforços de prevenção.

Até ao momento, Macau registou 10 casos de Covid-19, sendo que apenas dois pacientes continuam internados.

O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou pelo menos 2.916 mortos e infetou mais de 84 mil pessoas, de acordo com dados reportados por 57 países e territórios.

Das pessoas infetadas, mais de 36 mil recuperaram.

Além de 2.835 mortos na China continental, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.

Dois portugueses tripulantes de um navio de cruzeiros encontram-se hospitalizados no Japão com confirmação de infeção.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”.

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