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Covid-19: Sindicato dos Técnicos de Diagnóstico denuncia falhas no controlo da infeção

Além do reforço urgente das equipas com a contratação de mais profissionais de saúde, o presidente do STSS defende a distribuição equitativa por estes técnicos de luvas de proteção individual de uso único e máscaras de proteção individual adequadas.
  • Ricardo Moraes/REUTERS
13 Março 2020, 21h52

O STSS – Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica denuncia a existência de falhas no cumprimento das normas de prevenção e controlo de infeção relativamento ao surto do Covid-19.

“Tendo sido confrontado com reclamações provenientes de profissionais de várias instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS), pela não aplicação de medidas preventivas a ter em consideração na atual situação de pandemia provocada pelo Covid-19, o Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS) solicitou hoje [dia 13 de março], aos conselhos de administração de várias entidades, a implementação urgente de instruções aos serviços, no que respeita à aplicação das normas de prevenção e controlo de infeção pelo novo coronavírus”, revela um comunicado do sindicato.

O mesmo documento acrescenta que, “enquanto representantes dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, grupo profissional que atua numa ampla área de cuidados de saúde, o STSS considera urgente que as instituições do SNS adotem medidas de contenção de propagação do vírus”.

“A não aplicação rigorosa das normas de segurança, de uma forma igual e uniforme, está a gerar um clima de grande perplexidade e preocupação nos profissionais por nós representados. Quer pela desigualdade de tratamento instalada, sem qualquer fundamento, assim como pelo risco a que se encontram expostos”, lamenta o presidente do STSS, Luís Dupont.

Este responsável reforça que “os profissionais de saúde têm sido incansáveis, e vão continuar a ser, na resposta necessária para combater esta pandemia, salvaguardando, assim, o bem maior que deveremos sempre ter em conta: a defesa intransigente dos cidadãos e da resposta do SNS”.

“Mas tal não pode, nunca, significar que os profissionais possam descurar a sua saúde e segurança, bem como de colegas, familiares e, até mesmo, doentes”, alerta Luís Dupont, acrescentando que “não pode ser negligenciada a aplicação rigorosa das normas de segurança aos trabalhadores da saúde, assim como não podem faltar meios humanos e materiais, como é o caso dos equipamentos de proteção individual”.

O presidente do STSS advoga, “como medidas fundamentais, para além do reforço urgente das equipas com a contratação de mais profissionais de saúde, (…) que estes devem estar munidos de luvas de proteção individual de uso único e máscaras de proteção individual (máscaras cirúrgicas e FFP2), as indicadas para partículas respiratórias superiores a 5 mícrons, de acordo com o estipulado pela DGS [Direção Geral de Saúde], deixando o apelo “para que a distribuição de material de proteção seja equitativa, de modo a que todos os serviços estejam minimamente abastecidos”.

Luís Dupont pretende também que o acesso aos serviços de saúde, em contexto de ambulatório, esteja limitado aos casos de necessidade imperiosa e inadiável, pois, “só deste modo se diminui o acesso desnecessário de utentes aos serviços do SNS, protegendo os próprios, assim como, toda a comunidade hospitalar”.

“Todas as outras normas de segurança devem ser aplicadas em conformidade com as orientações da DGS, consoante o procedimento invasivo ou não invasivo, de maior ou menor proximidade com os utentes, ou com produtos biológicos dos mesmos”, conclui o referido comunicado do STSS.

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