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Covid-19: Vacinas de segunda geração procuram prevenir infeção e travar transmissão

O secretário da Associação Espanhola de Vacinação, José António Forcada, disse à agência de notícias Efe que as vacinas disponíveis reduzem o risco de doença grave, mas não previnem a infeção, que é o que se procura nas vacinas de segunda geração.
18 Setembro 2021, 11h45

Evitar a infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 e travar a transmissão é o objetivo das vacinas de segunda geração contra a covid-19 que estão a ser desenvolvidas e que se estima poderem ser administradas ao longo de 2022.

O secretário da Associação Espanhola de Vacinação, José António Forcada, disse à agência de notícias Efe que as vacinas disponíveis reduzem o risco de doença grave, mas não previnem a infeção, que é o que se procura nas vacinas de segunda geração.

O presidente da Associação Nacional de Enfermagem e Vacinas diz, por seu turno, que em caso de ser assim, “reduziria enormemente o risco de transmissão”.

Por sua vez, Antonio Carmona, investigador da Área de Investigação de Vacinas de Fisabio, sublinha que as chamadas vacinas de “segunda geração” não serão melhores ou piores do que as vacinas já disponíveis, mas sim complementares às que já estão a ser administradas.

Antonio Carmona, também coordenador científico da COVIDRIVE, um projeto internacional que vai estimar a eficácia das vacinas contra o covid-19 na Europa, explica que algumas destas vacinas se baseiam nas mesmas plataformas tecnológicas que têm sido usadas para desenvolver as vacinas de “primeira geração”.

Como valor acrescentado, aponta que algumas destas vacinas de “segunda geração” mostram “potencial para gerar uma resposta imunitária esterilizante mais significativa do que as disponíveis atualmente, pelo que contribuiriam para gerar uma proteção mais eficaz contra a transmissão do vírus.

Fontes da Fisabio observam que uma maior disponibilidade de doses em todo o mundo, ajudarão a fortalecer as respostas imunitárias dos grupos populacionais mais vulneráveis, através da sua utilização como dose de lembrete.

As vacinas de segunda geração encontram-se na fase três dos respetivos ensaios clínicos, e se a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, sigla em inglês) apresentar uma estimativa positiva dos seus resultados de eficácia e segurança nos próximos meses, algumas poderão ser autorizadas durante o próximo ano, refere a Efe.

Na União Europeia estão atualmente a ser analisadas pela EMA as vacinas da Novavax (NVX-CoV2373), Sanofi Pasteur/GSK (Vidprevtyn) e CureVac (CVnCoV).

Estas três empresas fazem parte do projeto COVIDRIVE, que estudará a eficácia destas novas vacinas covid-19 na Europa assim que forem aprovadas para uso geral.

De acordo com o secretário da Associação Espanhola de Vacinação, a Moderna e a Pfizer também estão a trabalhar na melhoria da vacina para tentar que produzam anticorpos esterilizantes que previnam a infeção, agindo rapidamente como uma barreira, melhorando a imunidade a longo prazo e estando ativo contra todas as variantes do vírus.

A nível global facilitarão uma distribuição mais eficiente e equitativa das vacinas e prevenirão, entre outras coisas, o surgimento de novas variantes em países que têm agora uma cobertura de vacinas muito baixa.

Antonio Carmona salienta que um dos desafios que as vacinas covid-19 terão de enfrentar a médio prazo é conferir uma maior imunidade para ser mais eficaz na prevenção da transmissão do vírus.

Outro desafio, diz, é que estas vacinas cheguem aos países em desenvolvimento de forma justa e equitativa para evitar o aparecimento de novas variantes e porque desta forma, afirmou, conseguir-se-á “erradicar o vírus da face da Terra, ou no mínimo, tê-lo sob controlo”.

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