O último dos sete maiores bancos a apresentar as contas dos primeiros nove meses do ano é o Crédito Agrícola, que reporta uma subida anual dos lucros até setembro de 54,7% para 347,1 milhões de euros.
Em comunicado, o banco liderado por Licínio Pina revelou que o Resultado líquido de 347,1 milhões de euros, corresponde a um crescimento homólogo de 122,7 milhões de euros (+54,7%) e a uma rentabilidade de capitais próprios de 17,8%.
As seguradoras do Grupo CA apresentaram um contributo para o Resultado Líquido Consolidado de 14,6 milhões de euros, tendo a CA Seguros apresentado um resultado líquido de 7,2 milhões de euros e a CA Vida de 7,4 milhões de euros, o que compara com um contributo total de 10,8 milhões de euros nos nove meses de 2023, ou seja, um crescimento anual de 35,7%.
O produto bancário core cifrou-se em 777,9 milhões de euros, representando um crescimento homólogo de 62,6 milhões de euros (+8,8%), decorrente do acréscimo de 55,3 milhões de euros da margem financeira (+10,3% face ao mesmo período de 2023) para 592,8 milhões de euros.
O produto bancário total soma 801,7 milhões subindo 11,2% face ao período homólogo.
A justificar a subida das receitas está assim a receita de juros de 592,8 milhões de euros; o acréscimo em 7,9 milhões de euros (+12,4%) em resultados de contratos de seguros, para um total de 71,8 milhões de euros até setembro; a variação positiva do resultado das operações financeiras em 11,8 milhões de euros, face aos 12,7 milhões de euros registados nos nove meses de 2023, para 24,5 milhões de euros; a diminuição das provisões e imparidades face ao período homólogo em 63,3 milhões de euros, que verificaram um reforço de 8,3 milhões de euros nos nove meses do ano, o que compara com um reforço de 71,7 milhões de euros no período homólogo do ano anterior; a melhoria em 36,6 milhões de euros nos resultados de outros ativos para 1,1 milhões de euros; e em sentido contrário, pela ligeira quebra homóloga de 0,6 milhões de euros (-0,5%) por parte das comissões líquidas, que se fixaram em 113,3 milhões de euros.
O Crédito Agrícola reporta ainda o crescimento dos custos de estrutura em 6,7% para 331,4 milhões de euros (+20,7 milhões de euros face ao período homólogo), decorrentes sobretudo do esforço do Grupo com o aumento de custos com pessoal em 7,0% face ao período homólogo (+13,1 milhões de euros); e o acréscimo de 41,8% dos Impostos, que ascenderam a 108,8 milhões de euros.
Licínio Pina, Presidente do Grupo Crédito Agrícola, diz que “os resultados alcançados pelo Grupo no 3º trimestre encontram-se alinhados com o nosso enfoque estratégico no crescimento sustentável, resiliência e excelência operativa, bem como com o investimento que tem sido executado em tecnologia e na formação dos nossos colaboradores”.
“O Crédito Agrícola tem vindo a apresentar uma robusta posição de capital e confortáveis níveis de liquidez, resultantes da estabilidade e granularidade dos depósitos, bem como a evidenciar uma melhoria da qualidade dos ativos e elevada rentabilidade recorrente. Neste contexto, tenho ainda o prazer de anunciar que a agência Moody’s reviu em alta os nossos ratings corporativo, de depósitos de longo prazo, e da nossa dívida sénior, que passou a ser considerada Investment Grade, reforçando o nosso empenho em continuar a proporcionar valor e confiança a todos os nossos Stakeholders”, refere o CEO.
O grupo CA beneficiou de uma taxa de margem financeira de 3,06% nos nove meses de 2024, o que compara com 3,03% no período homólogo. Tendo em conta a evolução das taxas Euribor, a taxa média dos ativos financeiros durante os primeiros nove meses do ano aumentou para 4,20% (face a 3,28%), tendo a taxa média dos passivos financeiros (incluindo depósitos de clientes, dívida obrigacionista MREL e outros) verificado um aumento para 1,14% (0,25% no mesmo período de 2023).
A taxa média do crédito a clientes aumentou 1,21 p.p. para 5,59% nos nove meses de 2024.
A taxa média dos depósitos de clientes observou um acréscimo de 0,86 p.p. para 1,02%, justificado em parte pela redução do peso dos depósitos à ordem (não remunerados) no total dos depósitos de clientes para 45,5% (-4,1 p.p. face a Setembro de 2023); e, pelo aumento da taxa média de depósitos a prazo constituídos no período.
No que toca ao Balanço, o grupo CA reporta que na carteira de crédito a clientes (bruto) verificou-se um crescimento de 176,3 milhões de euros face a dezembro de 2023 (+1,5%), para 12.235 milhões de euros, ligeiramente superior à taxa de crescimento do mercado como um todo, cifrando-se a quota de mercado do Crédito Agrícola em 5,8%.
Os depósitos de clientes ascenderam a 21.232 milhões de euros no final de setembro de 2024, o que compara com 20.004 milhões de euros em dezembro de 2023 (+6,1%), mantendo-se a quota de mercado do Crédito Agrícola em Setembro de 2024 em 8,0%.
Quanto à qualidade da carteira de crédito, o rácio bruto de Non Performing Loans (NPL) situou-se em 6,1% em setembro de 2024, registando-se uma melhoria de 0,4 p.p. por comparação com 6,5% no final de junho de 2024, e de 0,1 p.p. face aos 6,2% no final de dezembro de 2023.
As imparidades para crédito caíram 92,2% para 5,9 milhões. O crédito em Stage 1 (sem risco) subiu 8,9%.
O custo do risco de crédito cifrou-se em 0,05% nos nove meses, uma redução de 0,58 p.p. face aos 0,63% registados um ano antes.
Em 30 de Setembro de 2024 os rácios do Grupo Crédito Agrícola CET1 e Fundos Próprios Totais ascendiam a 24,2% (incluindo resultado líquido do período), o rácio de alavancagem ascendia a 10,1% (incluindo resultado líquido do período), o rácio de cobertura de liquidez (LCR) atingia 400,6% e o rácio de financiamento estável (NSFR) 180,5%, todos confortavelmente acima dos níveis mínimos recomendados ou requeridos.
“O nível de fundos próprios de 2.605 milhões de euros (incluindo resultado líquido no perímetro prudencial de 336,3 milhões de euros) permite ao Grupo atingir um rácio MREL (TREA + CBR) de 29,36%, superando desta forma o requisito mínimo em vigor desde setembro de 2024 (25,79%), no âmbito do ciclo 2023, com margem de conforto de 3,57 p.p. à data de 30 de setembro de 2024”, refere o banco. Isto é, o requisito total é de 29,36% somando o montante total das posições em risco (TREA, na sigla em inglês), com requisito combinado de reservas de fundos próprios (CBR).
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