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Crédito foi mais restrito e a procura caiu no segundo trimestre e vai continuar

Para o terceiro trimestre nas empresas, a expectativa é que haja uma diminuição da procura de empréstimos, em particular por PME e de empréstimos de longo prazo; em sentido contrário, espera-se um ligeiro aumento da procura de empréstimos de curto prazo. Nos particulares é esperada uma ligeira diminuição da procura de crédito.
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25 Julho 2023, 12h41

O questionário do Banco de Portugal foi enviado aos bancos no dia 19 de junho de 2023 e o envio de respostas ocorreu até ao dia 3 de julho. A avaliação da oferta e da procura refere-se ao segundo trimestre de 2023 por comparação com o trimestre anterior. Já as expetativas referem-se ao terceiro trimestre do ano.

Em resumo, o inquérito revela que quer na oferta, quer na procura, o crédito foi mais restrito e caiu. No terceiro trimestre esta tendência irá prosseguir.

No que se refere à oferta de crédito por parte das instituições financeiras, o inquérito do Banco de Portugal revela que houve um aumento muito ligeiro da restritividade no crédito a empresas, transversal à dimensão da empresa e à maturidade do empréstimo; e praticamente sem alterações no crédito a particulares. Isto no que se refere aos critérios de concessão de crédito.

A perceção de riscos e a tolerância a riscos contribuíram ligeiramente para tornar os critérios de concessão de crédito a empresas mais restritivos.

Já sobre os termos e condições do crédito, o inquérito revela que nas empresas, houve um ligeiro aumento do spread em empréstimos de maior risco e um aumento muito ligeiro da restritividade associada aos restantes termos e condições, refletindo principalmente os empréstimos a PME.

No crédito a particulares para aquisição de habitação, verificou-se uma diminuição do spread em empréstimos de risco médio e muito ligeiro aumento do spread em empréstimos de maior risco. Não houve alterações nos empréstimos para consumo e outros fins.

A perceção de riscos e a tolerância a riscos contribuíram ligeiramente para tornar os termos e condições gerais de novos empréstimos a empresas mais restritivos e para o aumento dos spreads, em particular nos empréstimos de maior risco.

Já nos particulares, no segmento da habitação, as pressões da concorrência contribuíram ligeiramente para a diminuição dos spreads em empréstimos de risco médio e, em sentido oposto, a perceção de riscos contribuiu ligeiramente para o aumento dos spreads em empréstimos de maior risco.

No segundo trimestre, a proporção de pedidos de empréstimo rejeitados registou um ligeiro aumento, no que se refere aos empréstimos a PME e para consumo e outros fins.

A expetativa para o terceiro trimestre no que toca à oferta é que os critérios de concessão de crédito sejam ligeiramente mais restritivos para PME e transversal à maturidade dos empréstimos. Já nos particulares espera-se um aumento muito ligeiro da restritividade no crédito ao consumo e sem alterações no crédito à habitação

Do lado da procura de empréstimos também se revela uma redução.

Por parte de empresas houve uma redução da procura, sobretudo por parte de grandes empresas e em empréstimos de longo prazo.

A explicar isto está a redução das necessidades de financiamento de investimento e o nível geral das taxas de juro que contribuíram fortemente para a diminuição da procura de empréstimos. Também contribuiu também, ainda que em menor grau, o recurso à geração interna de fundos como fonte de financiamento alternativa.

“Tal foi ligeiramente compensado por necessidades de financiamento de existências e de fundo de maneio e, no caso das PME, também de refinanciamento e renegociação da dívida”, detalha o Banco de Portugal.

Já no que se refere à procura de empréstimos por parte de particulares, houve uma diminuição da procura, sobretudo para aquisição de habitação.

As perspetivas para o mercado da habitação, incluindo a evolução esperada dos preços da habitação, a confiança dos consumidores e o nível geral das taxas de juro contribuíram para reduzir a procura no segmento da habitação. No segmento do consumo, a confiança dos consumidores e, em menor grau, o nível geral das taxas de juro e o recurso a poupanças contribuíram ligeiramente para diminuir a procura.

Para o terceiro trimestre nas empresas, a expectativa é que haja uma diminuição da procura de empréstimos, em particular por PME e de empréstimos de longo prazo; em sentido contrário, espera-se um ligeiro aumento da procura de empréstimos de curto prazo. Nos particulares é esperada uma ligeira diminuição da procura de crédito.

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