O crédito malparado é uma praga. Fazemos muitos e variados créditos com base em determinados pressupostos que entretanto se alteram. Será que o incumprimento vai aumentar? E o que fazer para nos precavermos? É o que tentaremos responder neste artigo.
O cenário atual não é animador…
A evolução da concessão de crédito e o ressurgimento de problemas de pagamento de prestações não é recente. De facto, temos visto que os pedidos de apoio têm aumentado consistentemente desde o início do ano, uma tendência que se fez acompanhar pelo aumento da concessão de crédito a particulares. Aliás, temos alertado para os perigos do aumento da procura de crédito e da queda das taxas de poupança das famílias, deixando-as mais vulneráveis a eventuais crises ou abanões. Infelizmente, esta crise veio repentinamente e de forma inesperada…
É fundamental que tenhamos em mente que os problemas financeiros estiveram adormecidos durante alguns anos, fruto de medidas de renegociação de créditos, sendo a principal a atribuição de períodos de carência nos créditos que entretanto chegam ao fim.
O que mudou com esta nova crise?
Somos todos conhecedores de alguns dos impactos imediatos da crise que atravessamos. De um momento para o outro as famílias são confrontadas com reduções drásticas no seu rendimento, seja pelos mecanismos de layoff, seja pelo aumento do desemprego ou pelo encerramento de empresas e o seu impacto nos sócios-gerentes e nos trabalhadores independentes.
Para atenuar o impacto da redução do rendimento foram criadas algumas medidas muito úteis, com a atribuição de moratórias de crédito pela banca, moratórias que vão numa maior profundidade que os mínimos exigidos pelo Estado. Acontece que estas moratórias estão vedadas a famílias em incumprimento ou com dívidas ao Estado, ficando muitas famílias de fora deste apoio (talvez as que mais precisam dele).
O que vai acontecer nos próximos meses?
Sabemos que os impactos económicos desta crise vão ser profundos e não sabemos quanto tempo demorará a recuperar. Sabemos sim que muitas famílias vão perder rendimento, que a taxa de desemprego irá aumentar e que os salários irão ter uma tendência de redução. Logo, é fundamental atuar rapidamente para controlar os danos:
· Consolidação de créditos, nos casos em que ainda não existe incumprimentos, é possível juntar todos os créditos num único para reduzir prestações;
· Renegociar os créditos junto das diversas instituições financeiras, seja pelo pedido de moratórias (não existindo ainda incumprimentos) seja pela negociação de prazos e de carências;
· Analisar as coberturas dos seguros de proteção ao crédito e se possível ativar o seguro, ganhando aqui alguma margem de manobra (é para isso que estes seguros servem);
· Atacar todas as restantes despesas, garantindo uma redução estrutural dos encargos mensais.
Nas finanças pessoais não existem milagres. Seguindo algumas regras simples e criando hábitos de gestão financeira conseguimos ter uma vida financeira saudável, sendo as palavras de ordem a sobriedade e a prudência. Por que tendemos a esquecer-nos disso?
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