A primeira-ministra britânica Theresa May tem afirmado que está determinada a deixar um meio ambiente melhor do que aquele que encontrou. Concordo e também considero que o crescimento limpo é não apenas uma opção, mas uma obrigação para com as gerações futuras. O crescimento económico deve ser acompanhado de uma maior protecção do nosso ambiente.

As decisões políticas tomadas no Reino Unido e em Portugal no último ano demonstram o nosso compromisso comum sobre esta matéria. Portugal lançou um Roteiro da Neutralidade de Carbono e, no ano passado, o primeiro-ministro António Costa anunciou estar a trabalhar em metas ambiciosas para reduzir as emissões entre 30%-40% em relação a 2005 e atingir 40% de energia de fonte renovável.

Mas estabelecer metas ambiciosas no âmbito do Acordo de Paris, não significa que as nossas economias tenham que sofrer. Em Outubro, o Reino Unido lançou uma Estratégia de Crescimento Limpo para reduzir as emissões de carbono, com uma economia em crescimento e mantendo baixos custos.

Isto foi possível graças aos fortes progressos até agora alcançados pelo Reino Unido. Comparando com 1990, as emissões de carbono diminuíram 42% e a economia cresceu 67%  –um ritmo superior a qualquer outro país do G7. Estamos a “descarbonizar” mais rapidamente do que qualquer outro país do G20. Em 2016, alcançámos uma taxa de descarbonização de 7,7% – quase três vezes superior à média global. Fomos também o primeiro país no mundo aplicar uma Lei das Alterações Climáticas, que estabelece uma meta vinculativa a longo prazo e limites a cada cinco anos para emissões de gases de efeito estufa até 2050.

O Reino Unido e Portugal são parceiros numa aliança global, empenhados em eliminar progressivamente as centrais eléctricas a carvão. As ligações entre os nossos países também são visíveis no sector das energias renováveis. A EDPR, com actividade estabelecida no Reino Unido desde 2010, ganhou um contrato para desenvolver um projecto offshore de 950MW na Escócia; e, em Portugal, o grupo britânico WeLink está a construir a maior Central Fotovoltaica não subsidiada na Europa, sendo o maior investidor em energia solar em Portugal.

O Governo Britânico anunciou também o fim da venda de novos veículos convencionais a gasolina e gasóleo até 2040. No âmbito da Estratégia de Crescimento Verde, prevemos gastar mil milhões de libras no apoio à compra de veículos de baixa emissão de carbono. Portugal, por seu lado, anunciou um investimento de 50 milhões de euros na renovação dos transportes públicos, que inclui a compra de autocarros eléctricos ou a gás natural. Partilhamos os mesmos objectivos: proteger o planeta e promover o crescimento económico e a prosperidade. E apesar do Reino Unido ter decidido sair da UE, estou certa de que vamos continuar a ser um parceiro activo nestas áreas, empenhados em trabalhar com a UE para atingirmos estes objectivos.

A autora escreve de acordo com a antiga ortografia.