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Crescimento da economia do Reino Unido aquém das expectativas

Para os próximos anos, a seguradora de crédito Crédito y Caución projeta um crescimento modesto de 1,4% em 2025 e 1,7% em 2026.
Reino Unido
4 Fevereiro 2025, 15h16

A economia do Reino Unido continua a enfrentar desafios, apresentando um desempenho abaixo dos seus pares do G7, conforme revelam as recentes Perspetivas Económicas da Crédito y Caución.

Para os próximos anos, a seguradora de crédito projeta um crescimento modesto de 1,4% em 2025 e 1,7% em 2026.

Um dos principais pontos destacados é a mudança na abordagem fiscal do novo governo, que optou por aumentar os impostos para financiar investimentos em serviços públicos, que se encontram em crise.

Prevê-se que a despesa pública aumente, em média, em 70 mil milhões de libras por ano, entre 2025/26 e 2029/30. Deste montante, 40 mil milhões de libras serão provenientes de aumentos anuais de impostos sobre empresas e rendimentos mais elevados, enquanto 30 mil milhões de libras serão financiados por dívida adicional.

O aumento dos impostos sobre as sociedades visa estabilizar as finanças públicas, ao mesmo tempo que permite um investimento maior em áreas cruciais como educação, saúde, infraestruturas e descarbonização.

No entanto, a confiança empresarial sofreu um impacto negativo, deteriorando-se no quarto trimestre de 2024, após o anúncio do novo plano orçamental.

A Confederação da Indústria Britânica relatou que muitas empresas estão a restringir os seus planos de crescimento, limitando contratações e investimentos, o que se reflete também em alguma volatilidade nos mercados financeiros.

Embora as expectativas em torno da nova política fiscal sejam provisoriamente positivas, o sucesso das medidas dependerá da sua implementação eficaz.

As despesas públicas deverão aumentar 1,6% no ano fiscal de 2025/26, estimulando a procura interna, mas essa expansão será parcialmente contrabalançada pelo efeito dos impostos mais altos, que poderão desacelerar o crescimento do emprego e dos salários.

Outro fator a considerar é que as despesas dos consumidores estão a beneficiar de uma inflação em queda e de um crescimento real dos salários.

Desde a primavera de 2024, a inflação global estabilizou ligeiramente acima da meta de 2% estabelecida pelo Banco de Inglaterra.

As famílias devem continuar a ver as suas despesas apoiadas em 2025, à medida que os cortes nas taxas de juro do Banco de Inglaterra começam a ter efeito.

Contudo, as previsões indicam que o ritmo de normalização da política monetária poderá abrandar, resultando em regras orçamentais menos restritivas que impulsionarão a procura, elevarão os preços e aumentarão a dívida pública.

Por fim, a inflação não deverá atingir a meta de 2% ao longo do horizonte de previsões, mantendo-se em torno de 2,6% em 2025 e 2,3% em 2026.

Como resultado, o Banco de Inglaterra deverá agir de forma mais cautelosa, com a expectativa de que a taxa bancária permaneça em 3,75% até ao final do ano.

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