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Crescimento, financiamento e violência dificultam crescimento em África

O Fundo Monetário Internacional (FMI) elencou hoje o baixo crescimento, as difíceis condições de financiamento e a fragilidade política e agitação social como os principais obstáculos ao desenvolvimento na África subsaariana.
Cathal McNaughton/Reuters
25 Outubro 2024, 16h03

O Fundo Monetário Internacional (FMI) elencou hoje o baixo crescimento, as difíceis condições de financiamento e a fragilidade política e agitação social como os principais obstáculos ao desenvolvimento na África Subsaariana.

De acordo com o relatório sobre as Perspetivas Económicas Regionais, com o título “Reformas num contexto de grandes expectativas”, divulgado hoje no âmbito dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, a África Subsaariana deverá manter o crescimento de 3,6% registado no ano passado, acelerando depois para 4,2% em 2025, num contexto de grandes desigualdades entre os países.

No documento, o FMI diz que “a maioria dos países da África subsaariana continua a precisar de reduzir os desequilíbrios macroeconómicos, caso contrário, as vulnerabilidades irão agravar-se” e aponta três opções políticas difíceis, salientando que “são escolhas difíceis, mas a inação não é uma opção”.

Relativamente à política monetária, “a principal decisão, atualmente, prende-se com a necessidade de determinar se devem reduzir as taxas de juro diretoras e quando, dado que as pressões inflacionárias estão a abrandar em muitos países, lê-se no documento.

No que diz respeito à política orçamental, “o desafio de muitos países é encontrar medidas para combater as vulnerabilidades da dívida e assegurar a sustentabilidade, satisfazendo ao mesmo tempo pressões elevadas para gastar nos serviços públicos e enfrentando a resistência política ao aumento de impostos”.

A terceira das opções políticas difíceis que os ministros das Finanças africanos têm de tomar tem origem externa e revela-se na decisão sobre a política cambial: “permitir uma desvalorização cambial é muitas vezes inevitável, devido às baixas reservas cambiais, e justificável, para promover a competitividade e reduzir os custos do ajustamento, mas pode gerar subidas repentinas da inflação (incluindo para bens essenciais importados), e representar riscos para a estabilidade financeira”, diz o FMI.

Desde 2000, salienta-se ainda no relatório, o Fundo já deu financiamento à região no valor de mais de 60 mil milhões de dólares, a maior parte em moldes concessionais, ou seja, com juros baixos e prazos longos, a 25 dos 45 países da África subsaariana, entre os quais estão os lusófonos Cabo Verde, Angola e Moçambique.

 

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