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Criada nova associação de taxistas que conta com a Mytaxi entre os fundadores

APMobi – Associação Portuguesa para a Mobilidade surgiu com o objetivo de abordar de forma diferente o setor do táxi, embora não se afirme contra as associações já existentes, como a Antral e a FPT. “Queremos ser a voz dos que não se revêem nas críticas por falta de vontade de inovar e de melhorar o setor”, afirmaram os fundadores ao Jornal Económico.
  • Cristina Bernardo
19 Março 2019, 11h54

O setor do táxi conta com mais um grupo de pressão pela afirmação de um área que atravessa sérios desafios pela sua modernização e inovação. A APMobi – Associação Portuguesa para a Mobilidade, que conta com a Mytaxi Portugal entre os seus fundadores, foi apresentada esta terça-feira, em Lisboa, como uma associação que pretende trabalhar junto das entidades competentes e do poder político nos projetos que estão relacionados com o setor.

“Queremos ser a voz dos que não se revêem nas críticas por falta de vontade de inovar e de melhorar o setor”, afirmaram os fundadores da APMobi, Carlos Marques, Carlos Moreira e Ricardo Aivado, ao Jornal Económico.

Criado pelo mesmo grupo de taxistas que lançou a petição “Pelo Futuro do Táxi: só uma mudança real pode salvar o setor”, em fevereiro, a APMobi assume-se como “uma ferramenta para apresentar alterações com legitimidade” e que quer representar “uma nova geração de motoristas de táxi”. A associação não se revê na abordagem da Antral e da Federação Portuguesa do Táxi (FPT), embora os taxistas e fundadores não se coloquem contra essas associações.

“Não estamos contra a Antral e a FPT e respeitamos os espaços de todos, estamos dispostos a trabalhar em conjunto, mas queremos representar uma nova geração de motoristas de táxi durante as discussões regulatórias e apresentar as nossas propostas para a flexibilização da regulamentação do táxi às respetivas entidades reguladores e poder político”, afirmaram Carlos Marques, Carlos Moreira e Ricardo Aivado.

A nova associação de taxistas quer apresentar propostas para a flexibilização da regulamentação do táxi às respetivas entidades reguladores e poder político. Medidas como a flexibilização das fronteiras geográficas, a flexibilização e simplificação de tarifas, a regulamentação das licenças, e a facilitação do transporte de aeroportos e portos para passageiros que escolhem o táxi, são algumas das propostas.

Questionados sobre se já contactaram forças políticas para apresentar as suas propostas, os fundadores da APMobi revelaram que “está a ser preparada uma proposta para apresentar aos grupos parlamentares, bem como uma agenda de reuniões com membros do Parlamento e reguladores”.

“Aquilo que defendemos é regras justas e equilibradas para todos, porque só assim poderemos funcionar em verdadeira concorrência. E só assim os consumidores poderão receber o melhor serviço possível. Queremos ser a nova geração da mobilidade, que inova, que moderniza, que procura ir mais além e, acima de tudo, oferecer um melhor serviço aos seus clientes”, reforçou Carlos Moreira.

Os fundadores da APMobi consideraram, ainda, que um dos seus trunfos na sua ação junto de reguladores e Parlamento, enquanto grupo de pressão, é a mytaxi Portugal, que é membro desta nova associação. “Convidámos a mytaxi para também integrar esta associação, não só pelo reconhecimento do trabalho que tem vindo a desenvolver em prol da inovação e da modernização do setor, mas também porque é um player importante e que nos pode ajudar a alcançar os nossos objetivos.

Do lado da Myatxi Portugal, há o reconhecimento de que a APMobi representa uma “uma forma ainda mais efetiva” de incentivar à inovação e modernização do setor do táxi, de acordo com o diretor-geral da mytaxi Portugal, Pedro Pinto. “Certamente que não concordaremos com tudo, mas junto vamos trabalhar pelo futuro do setor do táxi”, sublinhou o responsável. E justificou:”[Aceitamos entrar na APMobi porque] queremos dar continuidade ao trabalho que temos vindo a desenvolver em prol da inovação e modernização do setor. Fomos abordados por um grupo de motoristas de táxi que trabalha connosco há algum tempo e percebemos que partilhamos da mesma visão para o setor”.

Já em 30 de novembro de 2018, o CEO da empresa alemã myatxi, Eckart Diepenhorst, afirmou que em Portugal “os taxistas fazem um trabalho fantástico, mas estão mal representados”, em entrevista ao Jornal Económico. À época, o gestor não se mostrou muito satisfeito pela representação que é feita aos motoristas de táxis por associações como a Antral e FPT, no que respeita ao desenvolvimento do setor. Existindo, agora, uma associação de taxistas que não se revê nas posições da Antral e FPT , não é estranho que esta conte com o apoio da Myatxi.

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