Os últimos dias foram de “massacre” para o mercado das criptomoedas. Durante os quatro primeiros meses do ano, os entusiastas dos criptoativos habituaram-se aos máximos históricos sucessivos, que atraíram cada vez mais participantes e, por vezes dinheiro, tão especulativo como irracional. Em poucas horas, grande parte dos ganhos esfumou-se, o que expulsou muitos investidores.

No dia em que escrevo, a bitcoin cotou novamente perto de 30.000 dólares, recuando mais de 50% desde o máximo histórico atingido apenas 35 dias antes, em 14 de abril. Na outra moeda mais “madura” deste ecossistema – ether – o movimento foi ainda mais dramático, já que perdeu 57% em apenas sete dias.

Estas quedas têm de ser enquadradas no ambiente altamente especulativo e dominado por algoritmos que caracteriza este mercado e também por uma relativa falta de maturidade e de profundidade. Vale a pena notar que, durante as quedas de quarta-feira, muitas bolsas e aplicativos tiveram problemas técnicos que impediram a continuidade das transações e levantamentos.

Do ponto de vista fundamental, as quedas foram justificadas com as duras e surpreendentes considerações de Elon Musk relativamente à falta de eficiência energética da bitcoin e com a decisão da China de impedir as instituições financeiras de oferecerem serviços relacionados com criptomoedas. Mas há também quem fale em manipulação e, naturalmente, de um mercado muito “aquecido”.

No passado, os motivos seriam outros, mas a volatilidade foi semelhante. O episódio desta semana relembra-nos o caráter muito volátil dos criptoativos que, no mínimo, aconselha cautela nos capitais envolvidos e torna muito desaconselhável a utilização de alavancagem.

O mercado das criptomoedas não vai desaparecer, mas esta é a sua natureza.