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Crise no Mar Vermelho aumenta custos dos transportes em 300%

Esta subida foi provocada pelos ataques dos militantes houthis obrigando os navios comerciais a terem de adotar rotas mais longas para evitar a zona de conflito.
23 Janeiro 2024, 12h12

A crise no Mar Vermelho continua a aumentar e os ataques a porta-contentores por militantes houthis já fizeram disparar os custos do transporte marítimo em 300%, de acordo com um relatório divulgado pela seguradora Crédito Y Caución esta terça-feira, 23 de janeiro.

Um cenário que faz crescer os receios de estrangulamentos na cadeia de abastecimento e agravamento dos riscos de inflação. Esta subida de 300% deve-se ao facto de os navios comerciais terem de adotar “rotas mais longas e mais onerosas para evitar a zona de conflito e suportar os crescentes custos com seguros”, indica o relatório.

No entanto, estes ataques, apesar de estarem a causar problemas às empresas de navegação e às indústrias que dependem delas, estão a ter um impacto limitado na economia global, com a maioria dos economistas a esperar que assim continue, pelo menos a curto prazo.

“Cerca de 30% de todo o transporte de contentores passa pelo Mar Vermelho, um canal crucial para a carga que viaja da região Ásia-Pacífico para a Europa. Os grandes transportadores marítimos suspenderam as operações na área, desviando os navios para o Cabo da Boa Esperança. O efeito cumulativo de mais nove dias no mar irá inevitavelmente perturbar a logística global e as cadeias de abastecimento. O encerramento efetivo da rota do Mar Vermelho poderia reduzir a capacidade de transporte marítimo internacional em cerca de 20%”, pode ler-se no documento.

Niels de Hoog, economista sénior da Atradius e especialista em Médio Oriente, considera ser pouco provável que a crise inverta a tendência descendente da inflação ou obrigue à suspensão das reduções das taxas de juro previstas para meados deste ano.

“Espera-se que o impacto dos ataques houthis e do aumento dos custos de transporte marítimo na inflação global seja bastante limitado. No máximo, desacelerará o ritmo atual de normalização da inflação em relação ao pico pós-pandemia”, refere o economista.

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