A Suzano, que é a maior produtora mundial de celulose – matéria-prima para produtos que incluem papel higiénico -, alerta que a crise global de contentores poderá começar a criar obstáculos no fornecimento. A empresa, sediada em São Paulo, está preocupada com o risco de exportar menos em março do que o esperado, sendo forçada a adiar alguns embarques até abril, avança a “Bloomberg”.
Isto acontece numa altura em que a procura por papel higiénico residencial aumentou e os consumidores começaram a entrar em pânico. Walter Schalka, CEO da Suzano, está preocupado com os problemas do transporte de produtos sofrerem um efeito ‘bola de neve’, piorando o volume de exportações. Interrupções significativas no comércio de celulose podem eventualmente impactar o fornecimento de papel higiénico se os produtores não tiverem stocks amplos.
“Todos os players sul-americanos que exportam via separação de cargas (break bulk) enfrentam esse risco”, disse Shalka.
O Brasil é o maior fornecedor mundial de celulose e a Suzano é responsável por um terço do fornecimento global de celulose de fibra curta – o tipo usado para produzir papel higiénico.
A perturbação do mercado de carga está a causar estragos no comércio global, especialmente para alimentos e produtos agrícolas. O tráfego portuário ficou condicionado, os custos de aluguer de cargueiros aumentaram e as entregas diminuíram.
A crise dos navios que transportam contentores, desencadeada pela enorme procura vinda do mercado chinês, já se arrasta há meses. Mas o aviso da Suzano está entre os primeiros grandes sinais que poderá contagiar outros mercados de transporte. Se a crise continua a aumentar os custos de aluguer dos cargueiros, é provável que aumente o espectro da aceleração da inflação, segundo a agência de informação financeira.
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