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Da biotecnologia à criação da Selza. Dois amigos trouxeram as hard seltzers para Portugal

“Apesar do mercado americano e português serem bastante diferentes, a verdade é que não existe inovação no sector das bebidas em Portugal há vários anos, e cada vez mais lidamos com um público consciente, preocupado em saber o que consome e em preservar a sua saúde”, confessou Rui Santos ao Jornal Económico.
24 Março 2021, 07h55

Dois amigos conheceram-se num mestrado na Universidade do Algarve e até à criação de uma bebida bastante conhecida no mercado norte-americano foi um pulinho.

A criação da Selza, que ainda não estava pensada, surgiu numa viagem dos amigos, Pedro Maia e Rui Santos, aos Estados Unidos, onde provaram as hard seltzers, bebidas por serem uma opção com reduzidas calorias e uma alternativa alcoólica mais saudável às cervejas.

Em conjunto, os amigos criaram e desenvolveram a Selza em 2020, tendo sido atingidos pela pandemia de Covid-19 que assolou o país, imediatamente no momento em que retiravam o negócio do papel. Apesar da pandemia ter tornado o processo logístico mais complicado, como Rui Santos explica ao Jornal Económico, o negócio desenvolveu e já se vende no território continental.

Como se passa de um curso de Biotecnologia para a criação de uma bebida?
Eu e o Pedro Maia conhecemo-nos no mestrado de Biotecnologia na Universidade do Algarve. Eu acabei por continuar os estudos na área da saúde, onde desenvolvi a minha carreira, enquanto ele se aventurou por várias áreas do sector tecnológico até se tornar diretor de marketing na Bolt Portugal. No entanto, a nossa amizade manteve-se sempre ao longo dos anos até que decidimos tornar-nos também sócios e criar a SELZA.

Como surgiu a Selza?
A ideia da Selza surgiu numa viagem que fizemos juntos aos Estados Unidos, em que provámos as famosas hard seltzers. Identificámo-nos com o conceito da bebida e vimos o sucesso que estava a fazer por ser uma opção mais saudável e com um número de calorias reduzido. Tendo em conta a falta de inovação em bebidas alcoólicas no mercado português e as necessidades e preocupações do consumidor moderno, decidimos então criar a nossa própria hard seltzer, privilegiando ingredientes 100% naturais e portugueses.

As hard seltzers revolucionaram o mercado das cervejas nos Estados Unidos. Consideram que a introdução desta bebida em Portugal pode revolucionar o mercado das bebidas?
Sim, é isso que pretendemos e esperamos alcançar. Apesar do mercado americano e português serem bastante diferentes, a verdade é que não existe inovação no sector das bebidas em Portugal há vários anos, e cada vez mais lidamos com um público consciente, preocupado em saber o que consome e em preservar a sua saúde. Foi com base nesta lacuna que criámos e introduzimos a Selza no mercado português. A Selza pretende ser a inovação 100% portuguesa e natural que os consumidores procuram – glúten free, vegan, sem corantes ou conservantes, apenas 75 kcal por lata.

O que diferencia as hard seltzers das restantes bebidas?
O que distingue a Selza é a transparência e o cuidado que temos em produzir uma bebida que vá ao encontro das novas necessidades e interesses dos consumidores, e, sobretudo, o facto de ser uma bebida alcoólica 100% natural e com menos calorias e carboidratos do que as restantes bebidas presentes no mercado.

Qual a razão de se terem aventurado neste mercado ainda desconhecido em Portugal?
Sentimos que o mercado de bebidas estava estagnado e que o podíamos desenvolver, uma vez que este não tem seguido as tendências de consumo, presentes, por exemplo, no sector alimentar. Além do mais, enquanto consumidores que procuram um estilo de vida saudável e se preocupam com o seu aspeto, acreditamos que faltava uma opção como a Selza em Portugal e decidimos ser pioneiros num mercado sem inovação.

Atualmente vendem a Selza no Instagram e através da plataforma Bolt. Estão a pensar expandirem o local de venda?
A Selza está à venda no nosso site, onde é possível encontrar os dois sabores da bebida à venda em packs de 6 e 12 latas. Além disso, estamos também presentes na Uber Eats e na Bolt Food, sendo que neste último está a decorrer uma promoção de 50%. Além disso, já estamos presentes em alguns restaurantes e pretendemos continuar a crescer no canal Horeca.

Criaram a empresa em 2020, em plena pandemia. Qual as maiores dificuldades que encontraram para a produção da Selza?
Todo o processo de produção da Selza é realizado em Portugal. Este foi, sem dúvida, um dos maiores desafios logísticos que enfrentámos, uma vez que no início da pandemia muitas empresas fecharam, tornando o processo de produção ainda mais complicado para uma marca
que está a nascer. No entanto, estamos felizes por termos conseguido cumprir este objetivo, sem comprometermos a qualidade dos nossos ingredientes e a visão da nossa marca.

Vendem dois sabores: Manga e Lima Hortelã. Já estão a pensaram numa expansão de sabores?
Sim, pretendemos alargar a oferta de sabores disponíveis e estamos a preparar novidades para este verão, de acordo com o feedback dos consumidores da Selza.

Sem glúten, vegan, ingredientes naturais e uma taxa de álcool obtida na cana-deaçúcar. O que diferencia a Selza das hard seltzers já existentes em Portugal?
O que distingue a Selza das outras hard seltzers presentes no mercado português é a transparência do produto. Todos os pequenos pormenores foram tidos em conta na criação da nossa fórmula e não poupámos em esforços, ou custos para obter o produto de qualidade que
ambicionávamos. Além de sermos 100% naturais, temos apenas 75 calorias por lata de 250ml, usamos álcool puro obtido a partir de cana-de-açúcar e todo o nosso processo de produção está explicado no nosso site e é bastante claro para o consumidor mais distraído. Ao contrário da concorrência, não vendemos um produto com adoçantes ou edulcorantes artificiais, tentando comunicá-lo como natural ou saudável. Todos os ingredientes e produtos que estão presentes na conceção da Selza são completamente naturais, de fácil compreensão para o consumidor e aquilo que comunicamos é realmente o que oferecemos aos clientes.

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