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Dados dos ativistas russos: “Um erro lamentável e que não devia ter acontecido”, diz Fernando Medina

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa fez um pedido de desculpas público aos organizadores da manifestação em defesa de Alexei Navalny. Autarquia não facultará mais nenhum dado relativamente a nenhum promotor de manifestação ou entidade, com exceção da Polícia de Segurança Pública.
10 Junho 2021, 12h58

Fernando Medina pediu desculpas aos promotores da manifestação em defesa dos direitos de Alexei Navalny, por “um erro a todos os títulos lamentável na Câmara Municipal de Lisboa, um erro que não devia ter acontecido em que dados de natureza pessoal foram transmitidos para a embaixada [da Rússia]”.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) explicou-se esta quinta-feira, 10 de junho, à imprensa sobre a divulgação dos dados pessoais de três ativistas russos que estiveram presentes numa manifestação realizada em Lisboa em janeiro. “É uma situação que não podia ter acontecido por várias razões, a principal das quais é que Lisboa tem orgulho em ser um espaço de liberdade, de segurança, de expressão e valorização dos direitos humanos, do direito à manifestação que tanto nos custou a conquistar”, afirmou Medina.

O autarca sublinhou que a posição de Portugal e da União Europeia tem sido de sintonia com aquela que foi afirmada pelos manifestantes “de grande preocupação com a violação dos direitos humanos, com a exigência da libertação de [Alexei] Navalny da prisão e situação em que se encontra”.

Fernando Medina frisou que este erro resultou de um funcionamento burocrático dos serviços da CML que aplicaram nesta manifestação o que aplicam às dezenas de manifestações que acontecem no município de Lisboa sobre os mais diversos motivos. “Não se tratou de uma manifestação sobre uma matéria difusa ou uma entidade de outra natureza, tratava-se deste caso concreto, esta informação não podia e não devia ter sido transmitida”, realçou.

De forma a que tais situações não se voltem a repetir, Fernando Medina referiu que a partir de hoje, a câmara de Lisboa “não facultará mais nenhum dado relativamente a nenhum promotor de manifestação ou entidade, com exceção da Polícia de Segurança Pública que fará depois as articulações com as entidades que promovem”.

O autarca adiantou também que vai promover uma alteração do funcionamento dos serviços que tratam desta matéria, tendo em vista que coisas destas não voltam a acontecer.

Pedido de demissão

Sobre o pedido de demissão feito pelo candidato do Partido Social Democrata (PSD), Carlos Moedas, o líder da autarquia disse que é “uma tentativa de aproveitamento político absolutamente evidente e o desespero em que se encontra a candidatura de Carlos Moedas, do que qualquer tentativa de que alguém acredite, de que à da parte do município algum conlui com o regime de Vladimir Putin. Essa expressão só pode resultar de um delírio desesperado”.

Fernando Medina mostrou-se também disponível para ir a uma audição no Parlamento, pedido que foi feito pelo CDS.

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