Amazon, Facebook, Uber, Booking, Farfetch, Kayak e outras mais que poderíamos nomear. Todas revolucionaram a forma como consumimos, como nos deslocamos, como vivemos e até a nossa relação com a tecnologia.

Como consumidores hoje já é difícil lembrarmo-nos de como era o mundo antes desta Era. Porque é de Era que falamos: um estudo de uma consultora de referência espelha bem este mundo que a alguns de nós ainda parece novo: 75% dos jovens chineses preferem perder a carteira do que o telemóvel. Porque as aplicações assumiram o papel de interface com o mundo e hoje até o dinheiro se digitalizou.

Sete das dez maiores empresas do mundo são plataformas. Cinco destas estão nos EUA, duas na China. A Europa está na segunda liga da vanguarda tecnológica quando olhamos para esta tendência e urge ultrapassar este atraso.

Se para os consumidores, este mundo novo já pouco ou nada tem de admirável, em termos de modelo de negócio, ainda é de revolução que falamos, tanto mais que as plataformas são, com toda a certeza, a matriz do futuro. Refletir sobre os desafios colocados pelos novos modelos de negócio – a começar por estas empresas plataforma – é incontornável. Para muitos setores – entre os quais destacaria o financeiro – é uma condição de sobrevivência.

Dos muitos desafios que se adivinham para 2019 e que veremos discutidos em Davos, a capacidade das empresas se adaptarem a este novo mundo de consumidores, que assimilou a digitalização em meia dúzia de anos e se prepara para navegar a era da Inteligência Artificial, é um exercício de sustentabilidade económica de longo prazo. A CMS, como uma das global law firms líderes mundiais, contribui uma vez mais para este debate, com as reflexões dos responsáveis destas empresas, no seu evento anual que tem lugar em Davos, por ocasião da cimeira.

O mundo atravessa um período de debates sérios – migração, populismos que espreitam a Democracia, a guerra comercial entre as duas maiores potências do mundo, o cenário de abrandamento económico – e que exigem respostas eficazes e urgentes dos decisores políticos e económicos e demais instituições que nos regulam. Mas há que ir além da espuma dos dias e dos protagonistas de hoje na Cimeira de Davos.

A oportunidade de reunir os principais players mundiais no Fórum Económico e Social tem de ser aproveitada para nos projetarmos para um futuro que está ao virar da esquina. Estabelecer uma visão de que nova Era é esta que tudo volta a pôr em causa: que realidades de trabalho vamos ter dentro de uma geração? De que competências temos de começar já – ontem! – a dotar os nossos jovens? Como assegurar a privacidade dos nossos cidadãos na Era big data? Como regular este admirável mundo novo tão cheio de virtudes mas que ainda mal entendemos? E que papel cabe a cada um de nós desempenhar neste caminho que é de todos?