É mais uma agência de rating a baixar o Outlook do UBS Group para “Negativo”. É o chamado Rating Watch Negativo.
Numa nota de hoje, a DBRS Morningstar coloca o rating AA (low) do UBS AG sob revisão com implicações negativas após o anúncio da aquisição do Credit Suisse. Segue-se à Moody’s, à S&P Global e à Fitch.
“A DBRS Ratings Limited colocou o rating de emissor de longo prazo do UBS AG (o Banco) de AA (low) e o rating de Emissor de Longo Prazo do UBS Group AG (UBSG ou o Grupo), a holding de nível superior, de A (low) sob revisão com implicações negativas após o anúncio da aquisição do Credit Suisse. A Avaliação Intrínseca (IA) do Banco é AA (low) e a Avaliação de Suporte é SA1. A Avaliação de Apoio do Grupo é SA3”, lê-se na nota.
A 19 de Março de 2023, o UBS anunciou que irá adquirir o Credit Suisse na totalidade, após estreita coordenação com a Autoridade Suíça de Supervisão do Mercado Financeiro (FINMA), a Confederação Suíça, e o Banco Nacional Suíço (SNB).
A DBRS explica que “O Under Review com implicações negativas considera que nesta fase continua a ser difícil avaliar o impacto total da transação anunciada no capital, o impacto financeiro e na marca do UBS. Embora o UBS tenha sólidos fundamentais financeiros, a DBRS Morningstar acredita que esta aquisição também cria riscos potencialmente significativos relacionados com a execução da fusão de uma instituição bancária de dimensão substancial no UBS”.
“Os activos do Credit Suisse eram iguais a 48% dos activos do UBS no final de 2022. Além disso, o Credit Suisse tem uma série de casos de litígio pendentes e riscos operacionais, em grande parte no seu Banco de Investimento e a administração do Credit Suisse estava a implementar uma reestruturação significativa, incluindo o redimensionamento e a redução de risco da sua divisão de Banca de Investimento”, lembra a DBRS.
A aquisição do Credit Suisse é apoiada pelas autoridades suíças e foram anunciadas medidas governamentais extraordinárias para apoiar a aquisição, tais como liquidez ilimitada fornecida pelo SNB (banco central), bem como uma protecção de 9 mil milhões de francos suíços do Governo em caso de perdas que excedam os primeiros 5 mil milhões de francos suíços (que deverão ser assumidos pelo UBS).
Durante o período de revisão, a DBRS Morningstar examinará o plano e estratégia financeira que deverá dar mais informações sobre as perspectivas da conta de resultados, incluindo as receitas da entidade combinada, juntamente com o já anunciado objectivo de redução de custos de 8 mil milhões de francos suíços até 2027.
A DBRS lembra que o UBS é uma das maiores instituições financeiras internacionais a nível mundial. A aquisição do Credit Suisse reforça o UBS como o principal gestor de patrimónios global sediado na Suíça com mais de 3,4 biliões de dólares em activos sob gestão numa base proforma. Além disso, as empresas combinadas irão criar um gestor de activos líder na Europa, com activos sob gestão de mais de 1,5 biliões de dólares numa base proforma, fazendo do UBS o 3º maior gestor de activos na Europa. A transacção também reforça a posição do UBS como o banco universal líder na Suíça.
O UBS tem um Banco de Investimento que presta serviços que incluem consultoria financeira, subscrição de ações e serviços de negociação de títulos e de câmbios, com particular força em derivados de ações na EMEA (Europa, Oriente Médio e África) e APAC (Ásia Pacífico). “Não se espera que o Banco de Investimento cresça significativamente, com a maioria desta divisão do Credit Suisse a ser colocada como atividade non core, disponível para venda. Os negócios combinados do banco de investimento representarão aproximadamente 25% dos activos ponderados pelo risco (RWA) do grupo ao longo do tempo”, diz a DBRS.
“O grupo combinado está presente na EMEA, Ásia Pacífico, e EUA e está particularmente concentrado nos segmentos de Ultra High Net Worth (UHNW) e High Net Worth (HNW)”, lê-se na nota.
A agência de rating canadiana diz ainda que, “apesar da provável redução de lucros na sequência da aquisição do Credit Suisse, esperamos que a posição do capital do UBS se mantenha forte. DBRS Morningstar observa que o UBS está a suspender temporariamente as suas recompras de ações enquanto mantém uma política progressiva de dividendos em dinheiro”.
O UBS reportou um rácio de CET1 (Basileia 3 fully loaded) de 14,2% no final de 2022, contra 15,0% no final de 2021, e bem acima da orientação de aproximadamente 13% do rácio CET1 do Grupo, que compara bem com os seus pares. Entretanto, o rácio CET1 do Credit Suisse Group era de 14,1% no final de 2022.
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