De acordo com o mais recente relatório da Morningstar DBRS, o tráfego global de passageiros deverá ultrapassar os 10 mil milhões em 2025, um aumento de 6% em relação ao ano passado e mais 16% face a 2019. A agência de notação de crédito global estima também uma ligeira melhoria nas margens de lucro do setor devido à queda dos preços dos combustíveis e à procura global por viagens.
No entanto, existem muitas incertezas e desafios para o setor, como um ambiente geopolítico incerto, constrangimentos na capacidade de crescimento ou uma frota global de aeronaves envelhecida. Embora a meta global de entregas de aeronaves para 2025 seja alta, com mais de 1.800 aviões (um aumento de 44% em relação às entregas de 2024), os números podem ser mais baixos, devido a incertezas persistentes com os problemas na cadeia de abastecimentos, e o aumento na produção da Boeing, que pode enfrentar diversos obstáculos, tanto regulatórios quanto operacionais.
Além disso, os conflitos geopolíticos afetaram o setor aéreo global nos últimos anos, com a a Europa a ser particularmente impactada. Por exemplo, o espaço aéreo russo permanece fechado para as companhias aéreas europeias, e como resultado, algumas rotas para a tornaram-se economicamente inviáveis devido ao aumento do tempo de voo. Além disso, a concorrência aumentou por parte de transportadoras, incluindo as da China, para as quais o espaço aéreo russo permanece aberto.
Em relação à sustentabilidade, o relatório da Morningstar DBRS espera que o setor, responsável por cerca de 3 a 4% das emissões de carbono, continue a esforçar-se para a descarbonização do setor. A isto acresce a poluição sonora. a partir de 2025, pelo menos 2% do combustível precisa de ser SAF (combustível sustentável para aviação). O valor cresce a cada cinco anos: 6% em 2030; 20% em 2035; 34% em 2040; 42% em 2045; e 70% em 2050. Porém, a imposição de tarifas adicionais sobre a China por parte dos EUA pode tornar as matérias-primas importadas mais caras, refletindo-se nos custos de produção de SAF.
A agência de notação de crédito global sublinha ainda que o próximo desafio para os aeroportos será financiar os seus programas de expansão e manutenção sem comprometer significativamente a sua resiliência financeira, competitividade ou participação de mercado. Como resultado, as métricas de crédito dos aeroportos podem começar a sentir os efeitos do aumento do endividamento, a menos que haja um aumento inesperado no tráfego de passageiros e/ou nas receitas.
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