A DBRS manteve esta sexta-feira a classificação da dívida portuguesa em nível ‘BBB’ (alto), três níveis acima de lixo, confirmando a tendência estável. A agência de notação financeira canadiana refere que o notação da dívida nacional pode sofrer uma subida caso a perspetiva macroeconómica melhor e o Governo conseguir reverter a trajetória de aumento da dívida pública.
“A perturbação da economia portuguesa provocada pela crise global de saúde foi severa. A economia contraiu 7,6% em 2020 devido à rápida disseminação da Covid-19 e consequentes restrições à mobilidade. A magnitude do choque reflete a natureza pequena e aberta desta economia, bem como a contribuição para o turismo”, pode ler-se no relatório.
A DBRS sinaliza que o maior investimento e a diversificação das exportações “de maior qualidade” apontam para previsões de crescimento no médio prazo. Porém, alerta que dos principais riscos para a economia portuguesa advém da procura externa – e o turismo é um dos sectores mais afetados por esta pandemia.
“As despesas dos turistas são uma componente cada vez mais importante das exportações de serviços. Os viajantes em alojamentos turísticos diminuíram 60% no ano passado e não está claro quando o sector se recuperará totalmente”, reforça a agência de notação financeira com sede em Toronto.
Já a 18 de setembro a DBRS optou por manter a notação da dívida soberana portuguesa em nível ‘BBB’ (alto) e a perspetiva da economia como ‘estável’, tendo deixado inalterada a classificação atribuída à capacidade de financiamento de Portugal, ainda que tenha deixado alguns reparos numa nota de publicação.
Se no final do verão a recuperação, para a DBRS, dependia da “interação entre a pandemia, políticas implementadas em Portugal e no resto do mundo, e possíveis alterações na procura global”, agora o foco está nas vacinas.
“À medida que a vacinação avança, a economia deve recuperar este ano, embora a força da recuperação continue incerta. O impacto no perfil de crédito de Portugal dependerá da duração do choque e em se altera estruturalmente as perspetivas de crescimento a médio prazo e enfraquece as finanças públicas”, apontam ainda os técnicos.
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