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Debaixo de fogo, Sergio Moro tira licença para “tratar de assuntos particulares”

A licença publicada esta segunda-feira em Diário Oficial da União surge numa altura em que a imparcialidade de Sergio Moro, enquanto juiz na Operação Lava Jato, está a ser escrutinada.
  • Cristina Bernardo
8 Julho 2019, 15h29

O ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Sergio Moro, pediu licença de uma semana “para tratar de assuntos particulares”, devendo ficar afastado durante a próxima semana. A licença publicada esta segunda-feira em Diário Oficial da União surge numa altura em que a imparcialidade de Sergio Moro, enquanto antigo responsável pela Operação Lava Jato, está a ser escrutinada, avança a Exame Brasil.

O despacho presidencial que autoriza a licença de Sergio Moro indica que o período de licença do ministro será de 15 a 19 de julho. Trata-se, no entanto, de uma licença não remunerada, tendo em conta que o ministro entrou em funções apenas em janeiro e ainda não tem direito a gozar férias. “Está a tirar uma licença não remunerada, com base na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990”, informou a assessoria do ministério que tutela.

Embora não sejam conhecidos os motivos que levaram ao pedido de licença, acredita-se que este esteja relacionado com o desgaste político que Sergio Moro teve nos últimos meses, após a divulgação de uma troca de mensagens polémica pelo site ‘The Intercept’.

A reportagem do ‘The Intercept’ dá conta de que Sergio Moro, na altura responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, terá cometido várias irregularidades durante o processo. A investigação revela conversas privadas entre agentes públicos que participaram na Lava Jato, na qual se inclui uma em que Sérgio Moro sugeriu ao procurador Deltan Dallagnol dá sugestões e orientadores, violando a imparcialidade dos juízes.

O ‘The Intercept’ cita a acusação contra o antigo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, condenado a nove anos e seis meses de prisão e indica que os próprios promotores da Lava Jato tinham dúvidas sobre a qualidade das provas contra o ex-presidente. É ainda revelado que foi impedida uma entrevista de Lula da Silva ao jornal “Folha de São Paulo”, pois poderia beneficiar o Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições presidenciais.

A condenação de Lula da Silva, favorito na corrida às presidenciais do Brasil, impediu a sua candidatura e abriu a porta à eleição de Jair Bolsonaro para presidente. Depois de ter ganho notoriedade com a condenação de dezenas de empresários e políticos, Sergio Moro foi o nome escolhido por Jair Bolsonaro para assumir a pasta da Justiça.

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